O acontecimento é contado pelo próprio. Basta lê-lo na primeira pessoa. A questão envolve não apena a questão ética ou moral de determinados indivíduos. A questão envolve o silencio da palavra escrita, ditadas de viva voz, desbragadas, pelo que leio, em local público. Compreendo o desnorte das comemorações da vacuidade. Entendo a intensidade da propaganda. (...)
No tempo em que os animais falavam eu e os putos da minha rua tinhamos por costume nas horas mais travessas cantar o hino nacional trocando as voltas à letra do hino - não por desrespeito, mas por pura galhofa infantil, sendo, como era, obrigatório cantar-se o hino por "dá cá aquela palha". Era a fórmula encontrada para memorizar o hino. Repeti-lo até à exaustão. Assim o hino, nas nossas brincadeiras, travestia-se:
Heróis do mar, maças podres (...)