Entro de mansinho e ninguém dá por nada. Houve um tempo em quis ser escritor de booklet's e flyers. Escritor de condensados, sem recompensa, sem apelo, nem agravo. Foi assim durante algum tempo.
Estando à beira mar plantado, entre a foz do rio e o bulício da cidade, fui ao baú buscar esta ilustração do Emmerico Nunes para a "ABC - Revista Portugueza", de 23 de Agosto de 1923. Acabadinha de comprar na "Feira das Velharias" figueirense que hoje esteve animada como nunca. Pelo que me pareceu alguém, de uma das campanhas eleitorais locais, ofereceu à (...)
Acabei de fazer 48 anos. Poderia ser um outro número qualquer. Mas não. Nunca guardei nostalgias. Avanço. Espera-me apenas o futuro. Com toda a carga que a palavra evoca. Conto com aqueles que me são chegados e isso me basta. Pergunto-me se ainda tenho sonhos pueris. Tenho. Também, tenho. Alguns acompanham-me desde a adolescência, que foi à dias, lá atrás. Entretenho-me a revisitar o passado (...)
Era uma vez... um debate. Num país onde se faz de conta. Estava o Calimero e a Bruxa Má. Ou se quiserem a Avozinha e o Lobo Mau. O Capuchinho Vermelho estava escondido a ver as manigâncias daqueles dois. No fim uns levam a Bruxa Má ao colo. São os camelos. Outros choram, com dó, da figura do Calimero. São as hienas. Não choram, riem. Os que levam a Avozinha às costas são obedientes. (...)
O neto de José Emídio Ribeiro Correia Guedes e de Francisco Pulido Valente perorava, esta sexta feira, na habitual crónica das sextas-feiras, no Publico, sobre se "Existem classes?". A pergunta e o texto tendenciosos vinham sublinhados por fotografia de Jerónimo de Sousa, a propósito do espanto deste, aquando do debate com M.F.L., sobre a possibilidade de alguém conceber a inexistência de classes, suponho que sociais. Ora o neto, daqueles dois senhores, não deve (...)
Acordei cedo, que é como quem diz, nem olhei para o relógio à hora que acordei. Pela janela o sol já se mostrava para além daquela linha imaginária, por mim traçada, na varanda, que me ajuda a adivinhar que aquela hora ia já muito adiantada. Em relação a quê não sei. Mas a luz já havia ultrapassado, de mansinho, a linha imaginária que me serve de relógio e me ajuda a transformar as (...)
tem dias em que o calor aborrece. Temos dias nos quais reparamos em assuntos triviais. Por exemplo atentamos num país que, para além de estár a arder, tem um e-governement que pura e simplesmente se esqueceu de incluir esta
Uma sociedade baseada na meritocracia é uma sociedade a caminhar para a excelência. Escrevo isto com convicção. Tenho no entanto reparado na forma como tem sido mensurável a meritocracia. Sou estúpido (nasci assim, nada a fazer, tenho andado a tentar cultivar-me contudo os resultados deixam muito a desejar) e, do pouco que consigo enxergar, só distingo a promoção da merdiocracia. Sendo que esta na sua imensa maioria, para além do estatuto social ou riqueza que ostenta (...)