Sempre escrevi em times new roman, há tempos lembrei-me de Juromenha. ou perguntaram-me se me lembrava Mais propriamente do castelo, que conhecia desde 1167. porque Juromenha, era, ao tempo em que a visitámos, quatro talvez cinco casas alinhadas ao longo da estrada que vem do Redondo a passar no Alandroal, aninhadas aos muros do castelo e mais nada, era e é o castelo. o baluarte, a praça-forte,a fortaleza, o Castelo de Juromenha. Com Olivença, do outro lado. dizes tu, se me (...)
Foi pedido aos nossos emigrantes que não venham de férias a Portugal, nesta altura. Em Estado de Emergência, com cunhas ou sem cunhas, esse comportamento habitual e já antigo, comportamento esse que ainda não terminou neste dealbar do Novo Estado. Serão apanhados pelas outras autoridades competentes, sendo punidos. Ninguém deve viajar neste momento atravessando fronteiras, essas linhas que afinal ainda são existentes, embora imaginárias, sem que o motivo seja de enorme força (...)
após a crise da década passada, não esqueçamos que estamos no ano de 2020, a banca, seja lá o que isso da banca for quando leres isto, fica a saber que devia ficar caladinha durante o próximo meio século, no tempo em que te escrevo, meio-século, eram 50 anos. apenas e só por uma questão que na vossa época volta a ser muito prezada, como bem sabes. aquilo a que se chama decoro.
... Julio Cortazar «Creio que, desde muito pequeno, a minha infelicidade e, ao mesmo tempo, a minha felicidade, foi não aceitar as coisas com facilidade. Não me bastava que explicassem ou afirmassem algo. Para mim, ao contrário, em cada palavra ou objecto começava um itinerário misterioso que às vezes me esclarecia e às vezes chegava a estilhaçar-me. Em suma, desde pequeno, a minha relação com as palavras, com a escrita, não se diferencia de minha relação com o mundo no (...)
FALAR A poesia é, de fato, o fruto de um silêncio que sou eu, sois vós, por isso tenho que baixar a voz porque, se falo alto, não me escuto. A poesia é, na verdade, uma fala ao revés da fala, como um silêncio que o poeta exuma do pó, a voz que jaz embaixo do falar e no falar se cala. Por isso o poeta tem que falar baixo baixo quase sem fala em suma mesmo que não se ouça coisa alguma. Ferrreira Gullar