Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]

PROSAS VADIAS

PROSAS VADIAS

14.Fev.10

Eternum continuum

Soneto (quase) inédito

- Em memória de Aurélio Cunha Bengala


Surge Janeiro frio e pardacento,
Descem da serra os lobos ao povoado;
Assentam-se os fantoches em São bento
E o Decreto da fome é publicado.

Edita-se a novela do Orçamento;
Cresce a miséria ao povo amordaçado;
Mas os biltres do novo parlamento
Usufruem seis contos de ordenado.

E enquanto à fome o povo se estiola,
Certo santo pupilo de Loyola,
Mistura de judeu e de vilão,

Também faz o pequeno "sacrifício"
De trinta contos - só! - por seu ofício
Receber, a bem dele... e da nação.

 

JOSÉ RÉGIO

pseudónimo de José Maria dos Reis Pereira (1901-1969)

 

Por isto,  meus senhores, nunca, escrevam a palavra "vontade popular" porque soa a falso. A vossa como a de outros. Sabeis vós o que isso é? 

É esta a minha assinatura