a extremidade da unção
Em pleno século XXI, ainda e após Afonso Costa, eu sei: eles abominam o Costa.Por isso refiro o Costa. Podia referir outros. A quem ainda não pediram desculpa. Eles que vivem da memória e do Direito canónico. Entretanto, no Verão passado, segundo leio - abispado - conseguiram manter em funções ( ditas públicas? dita o meu espanto!) nos hospitais num Estado que, acima de tudo, deve preservar a liberdade religiosa dos seus membros.Sim, eu sei, deus está por cima de tudo, sendo assim, como existem muitos deuses, a confraria celestial deve andar ás turras com o caso da excepção.
O método é simples extingue-se a designação de capelão ou altera -se a nomenclatura da dita (onde é que eu já vi isto), e continuam a vender a salvação da alma em troca de uns níqueis para os oficiantes da igreja católica, que também ela passa por grave crise: de vocações e financeira, embora a fenomenologia em Fátima arraste multidões de seguidores do embuste. Prebendas e bens de capela pelos vistos mantém-se. Quem quer ser salvo lá obriga o Estado a abrir os cordões da bolsa. Não tenho nada contra o catolicismo, a não ser sobre essa espúria fórmula com que continua a arvorar-se em religião oficial ou oficializada do Estado e das gentes. A jornalista Fernanda Câncio transforma o assunto num "match" entre Estado e Bispos. Não está mal, bem pelo contrário, explica o acordo muito, mas muito bem, explicado. O que pode ser uma troca com o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo. Espero que não aconteça o que estou a pensar. É que herdei algo desse Tomé que dizem ser apóstolo. Com tantas dúvidas... Das duas uma ou o jogo se desenrola entre toma lá, dá cá. O jogo cínico da diplomacia. Ou ficamos outra vez a ver passar navios num Estado laico. Que o Estado continue a pagar aos agora assistentes católicos é que não me cabe na cabeça. Já agora também recebem horas extraordinárias?