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PROSAS VADIAS

PROSAS VADIAS

17.Ago.09

La haine

 foto 

 

Apresento-me: sou um mero assalariado. Ganho ano cerca de 28 mil euros, aos quais me são me descontados directamente 6 mil euros para contribuições obrigatórias de regimes de protecção social e retenções na fonte de IRS. Não tenho nada a esconder. O trabalho (não é emprego) exerço-o em regime de 48 semanais, sábados e domingos incluídos com direito a folga. Não tenho filhos a meu encargo, pago contudo uma pensão de alimentos. Dai que este ano com todas as despesas de saúde, cá em casa o ano que passou foi um descalabro, a renda de casa etc. e tal. Sou dono de um utilitário que vai este ano fazer 11 anos. Serve-me muito bem. Não penso que ostentação tenha algum significado. Nem tenho problemas de ego. Quer dizer tenho com esses egos desmesurados que habitam o meu país. Como escreveu à tempos Rui Tavares no Público detesto cada vez mais essa corja de gente que se diz respeitável. Talvez este seja o meu problema com o Ego. Sou um português como tantos outro à tona d'água e ainda com a sorte de ter trabalho (não é emprego). E não refiro como é possível viver de forma soez com muito menos e pagar-se o que andamos a todos a pagar. Há tempos  fiz uma mini-maratona. Não daquelas para dar nas vistas em telejornais. Aos telejornais não interessa o vulgar. Esta mini-maratona incluiu a audição na Assembleia da República do ex-presidente da BPN. No fim daquela comédia compreendi ainda melhor como se move o poder político , económico e judicial deste país. Percebi tão bem que resolvo apresentar-me como contribuinte líquido para o total desvario da terceira República e, sou agora, tendo em conta os meros 9.29 cêntimos que não  irei receber mais um salvador dos famélicos da ganância. Eu e muitos outros que, sem rendimentos, sem trabalho e sem receberem IRS, o fazem como eu. Fico deste modo eternamente grato a Fossas excelências (aqui retiro a boina da cabeça e afago-a entre os dedos em sinal de respeito) e a mais quem acha que vocês são o que de melhor podia ter acontecido a este país. Muito Obrigado. Sei que a intenção de 25A74 não era esta por isso não culpo a revolução a que assisti, culpo a vossa mania do futuro, de um futuro às arrecuas para muitos, um futuro sorridente para poucos.

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