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PROSAS VADIAS

PROSAS VADIAS

04.Dez.13

Crónicas de Inverno . A Torre do Relógio

 

arquivo Fernando Correia de Oliveira.

 

 

A forma encontrada para se conseguir ver a beira mar da zona da Esplanada "Silva Guimarães", foi deixar autóctones e os forasteiros turistas subir à Torre. É, de qualquer forma, factor positivo na demanda do "Santo Graal" do turismo. Mantendo um "ar do tempo" na "Torre do Relógio", permitindo a visita e o desfrute dos horizontes que se avistam do cimo da torre, é mais valia para o turismo figueirense. Pede-se contudo às autoridades que não digitalizem o dito relógio da Torre, se faz favor.

 

 

 

Em "Crónicas de Inverno. sobre a  cidade da Figueira da Foz, e seus arrabaldes",

edição no prelo, Dezembro de 2013.

04.Dez.13

Sobre o retorno da cultura

Vou-me Embora pra Pasárgada

 

de Manuel Bandeira

 

 

 

 

Vou-me embora pra Pasárgada

Lá sou amigo do rei

Lá tenho a mulher que eu quero

Na cama que escolherei

Vou-me embora pra Pasárgada

Vou-me embora pra Pasárgada

Aqui eu não sou feliz

Lá a existência é uma aventura

De tal modo inconseqüente

Que Joana a Louca de Espanha Rainha e falsa demente

Vem a ser contraparente

Da nora que nunca tive

E como farei ginástica

Andarei de bicicleta

Montarei em burro brabo

Subirei no pau-de-sebo

Tomarei banhos de mar!

E quando estiver cansado

Deito na beira do rio

Mando chamar a mãe-d'água

Pra me contar as histórias

Que no tempo de eu menino

Rosa vinha me contar

Vou-me embora pra Pasárgada

Em Pasárgada tem tudo

É outra civilização

Tem um processo seguro

De impedir a concepção

Tem telefone automático

Tem alcalóide à vontade

Tem prostitutas bonitas

Para a gente namorar

E quando eu estiver mais triste

Mas triste de não ter jeito

Quando de noite me der

Vontade de me matar

— Lá sou amigo do rei —

Terei a mulher que eu quero

Na cama que escolherei

Vou-me embora pra Pasárgada.