Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

PROSAS VADIAS

PROSAS VADIAS

27.Ago.10

Não sou ninguém.

 

nada que te diga
por hora
mudará
a cor do céu
a insônia inquieta
o movimento das marés
o vôo das borboletas e pássaros
... o rumo dos nossos passos trôpegos

contudo
houve um tempo
em que dizíamos
palavras de pintar o céu
da cor que nossa imaginação sonhasse
houve um tempo
em que as noites eram pequenas
para o brilho d’estrelas em nosso olhar
houve um tempo
em que o mar cabia em nossas lágrimas
e mesmo sem asas, voávamos com borboletas e pássaros

... houve um tempo

por hora, nada que te diga mudará
a cor do céu
a insônia inquieta
o movimento das marés
o vôo das borboletas e pássaros
... ind'assim
precisamos seguir
mesmo com passos trôpegos
ao invés de quedarmos
pelo que se foi

Batista Filho

Sábio o poeta que finge que não tem dor, quando a dor é maior que ele.

 

 

 

Foto: retirada daqui

 

Este blogue acaba aqui. Se algum dia voltarmos à blogoesfera, muitas coisas terão entretanto mudado. E este já não fará mais sentido. Obrigado pela vossa persistência, pela vossa paciência, pela vossa presença invísível, mas concreta.  

Carlos Freitas

20.Ago.10

Um cão com mundo

Ontem, pelo acaso que a minha profissão permite, estive a falar com um idoso Velejador solitário, que seguia caminho em direcção às costas do Adriático, que aportara à marina. Apenas  trazia como companhia, no seu acanhado "catamaran", por um pequeno cão. Sem raça, apenas e só um cão. Um cão, com alma de gente. Quem gosta de cães percebe o que quero dizer. Era um Cão  de muitos mares. Tinha 13 anos, disse-me depois o Velejador. Ao entrar no escritório deixou o cão à porta, preso por uma pequena trela, como é hábito e lei. Disse-lhe que ali os cães podiam entrar, porque eram gente. Gente como nós. E o cão permaneceu connosco, sentado e atento, contra a lei,  enquanto fomos trocando palavras sobre a vida, durante algum tempo. O tempo necessário para  que no fim trocássemos um forte e longo abraço entre dois completos desconhecidos. Muitas vezes, demasiadas vezes, prefiro um cão no escritório, mesmo que contra a lei, que certos animais, que embora não o sendo, nem cães conseguem ser. Dão-se ares!

 

 

17.Ago.10

Rentrée do ilusionista

A cartola do Coelho está esgotada. Agora apenas saem, quando saem, uns periquitos, meios raquíticos, a que chamam testas-de-ferro. Servem para explicar, por outras palavras, o que o ilusionista de serviço,por falta de vocação, já não disfarça durante a execução dos truques. Já ssó  consegue fazer meio truque. Sofia Loureiro dos Santos, deixa a pedra de toque, embora essa não me pareça ser a sua verdadeira intenção, é somente uma ilação minha, após uma leitura atenta do seu "post " : a de que Marcelo Rebelo de Sousa, daria um bom Primeiro-Ministro. Se o P.S.D. sabe disto, lá se vai o Coelho, a caixa e as "partenaires" de serviço. É que uma imitação meio descolorida de Cavaco Silva, após a rodagem do carro à fFgueira da Foz, só acontece uma vez na vida. O homem tem um discurso titubeante, errante,  imagem deslavada e a quem o fraque do ofício parece farda de porteiro de pensão decadente.

16.Ago.10

Eça é que é Eça

Pego no post de Tomás Vasques sobre a actualidade de um escritor português de raro sentido de humor, sobre o qual se completam hoje cem anos sobre a sua morte física, bem entendido. Cito-lhe, uma frase que o autor do "Hoje há Conquilhas" deixou no "Facebook" ; "Este governo não cairá porque não é um edifício, sairá com benzina porque é uma nódoa.". De repente, lembrei-me que as deliciosas Farpas, escritas, a meias, com um outro mero escritor português, de seu nome Ramalho Ortigão, se não me falha a memória, acompanhadas pelo documentário, de António Barreto, "Portugal,  um retrato social", retrato da evolução do país nas últimas quatro décadas seria um complemento essencial, espécie de contraponto, para percebermos em que ponto estamos e porque estamos. Para comemorar então a passagem dos cem anos sobre o falecimento desse escritor português tão actual, nada melhor que remomorar o documentário:

15.Ago.10

Da Monotonia

 

 

Um Parque Nacional desaparece do mapa. Paciência! Abriu  caça aos pirómanos. Estes estão devidamente controlados pelas autoridades. Num Piquenicão qualquer desafiam-se ou desfiam-se eleições. Não compreendi muito bem! Enfim o circo habitual da época!  Um touro mata dois cavalos num lugarejo qualquer. Já existem roteiros alternativos para férias. Devem ter reaberto os parques da antiga Federação Nacional para a Alegria no Trabalho. Quase de certeza. Enfim a monotonia instala-se.

06.Ago.10

por detrás de uma não-noticia

A noticia é sucinta, parca e seca e muitos, incautos, dirão que justa. Ora 5%, são uns míseros 5%. Está em causa a estabilidade do país, posta em causa não se sabe muito bem por quem. Nem interessa. que saibam. É necessário colocar os salários ao nível dos sálarios praticados entre os assalariados chineses. Como tenho andado distraído, nem sei qual o real valor da redução feita a deputados, políticos, etc., etc. E se alguma vez a proposta terá sido feita em termos justos. Parece-me que foi proposta qualquer coisa a esse nível a raiar apenas o simbolismo. Para dar exemplo. Somente. O que aqui está está em questão nem sequer é ter sido iniciativa do PSD como mentor da redução. Tenho a certeza absoluta que com o PSD no poder este corte será generalizado e mais duro. Mas na realidade o que me interessava saber, e que  a notícia não esclarece, é quanto ganham os funcionários do grupo parlamentar do PSD. Não seria importante configurar a notícia como deve de ser, seguindo as normas antigamente designadas por deontologia jornalística. Será este chavão aqui enenciado já gasto no jornalismo? Portanto digam lá ao Zé Povinho quanto ganha cada funcionário. Deste modo podemos começar a deitar contas á vidinha. Está bem!

Pág. 1/2