Até na morte remove o mundo
Como seria de esperar o obituário do "L'Osservatore Romano" perde a compostura face à morte do escritor português e Prémio Nobel da Literatura, José Saramago. Uma atitude canónica pouco crista, contudo. As palavras ai escritas ressabiam e destilam o ressentimento da hierarquia católica e são apenas a ponta do icebergue de uma instituição em plena decadência. Enredada em diversos escândalos de pedofilia e outros, como o recente caso de um chamado arcebispo de Nápoles, e, que, agora se preocupa em acusar alguém que, embora morto, mas cujas palavras deixadas continuarão, de desmascarar e iluminar muitas das contradições de uma religião que apela à pobreza de espírito para que muitos acreditem para que uns determinados eleitosvivam no luxo e no ócio permitidas e atribuídas pelas vestes talares. No fundo o ressurgir do "índex" católico apenas imortaliza Saramago. As eminentes criaturas uma vez mais enganam-se. Daqui a uns séculos retratam-se, como, se tal acto fosse alguma novidade!
A "Pastoral da Cultura" em Portugal assume contudo uma outra leitura da ocasião, tal como o sr. Silva, emitiu um comunicado! Nada a opôr.