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PROSAS VADIAS

PROSAS VADIAS

21.Jun.10

Até na morte remove o mundo

 

Como seria de esperar o obituário do "L'Osservatore Romano" perde a compostura face à morte do escritor português e Prémio Nobel da Literatura, José Saramago. Uma atitude canónica pouco crista, contudo. As palavras ai escritas ressabiam e destilam o ressentimento da hierarquia católica e são apenas a ponta do icebergue de uma instituição em plena decadência. Enredada em diversos escândalos de pedofilia e outros, como o recente caso de um chamado arcebispo de Nápoles, e, que, agora se preocupa em acusar alguém que, embora morto, mas cujas palavras deixadas continuarão, de desmascarar e iluminar muitas das contradições de uma religião que apela à pobreza de espírito para que muitos acreditem para que uns determinados eleitosvivam no luxo e no ócio permitidas e atribuídas pelas vestes talares. No fundo o ressurgir do "índex" católico apenas imortaliza Saramago. As eminentes criaturas uma vez mais enganam-se. Daqui a uns séculos retratam-se, como, se tal acto fosse alguma novidade!

A "Pastoral da Cultura" em Portugal assume contudo uma outra leitura da ocasião, tal como o sr. Silva, emitiu um comunicado! Nada a opôr.

15.Jun.10

Piadas de Caserna

 

 

Foto Luís Ramos/Público (1994)

 

Não venho contar nenhuma piada de caserna. O titulo apenas serve como referência ao "coro das velhas" queixosas do Estado a que "isto" chegou! Este coro abrange actualmente  ex-ministros, ou outros indivíduos, que, ao longo destes 36 anos, filiados ou independentes, nos dois partidos, que entre si dividiram o aparelho de Estado e a governação do país. Quem os ouça com alguma atenção, entre o ruído absurdo das "vuvuzelas", parece que não tiveram responsabilidades nenhumas no estado a que isto chegou. Invariavelmente, muitos deles, vão perorando, aqui e ali, receitas milagrosas. Assobiando para o ar, o que eu  observo é o habitual sacudir da água do capote, fórmula habitual, e manhosa , do português que se acha mais esperto que os outros. Esta forma de estar não pode ser mais que uma piada de caserna que nos estão a tentar contar. Com um senão, as piadas com que estes senhores nos tentam entreter não tem absolutamente piada nenhuma, nem são de caserna. Lembram-me certos indivíduos  que, pensando que tem jeito para contar anedotas, passam a vida a tentar conta-las sem se aperceberem que não tem piada nem para as contar, quanto mais conseguir  construir uma boa piada.  Em conclusão: tivemos a "Brigada do reumático", somos  agora presenteados  com os "Bobos do Reumático"!  Uma nova brigada tão ou mais responsável pelo estado a que o país chegou! Querem-nos fazer crer que não, ou pensam  candidamente que não..Mas essa sua atitude é apenas uma piada de caserna, mal contada!

10.Jun.10

10 de Junho de 2010

Sou de poucos esquecimentos.Hoje até percebi no discurso um ligeiro"piscar de olho" às Forças Armadas, porque para quem tem medo... a política é apenas a arte do possível.

Para quem já medalhou, por altos valores prestados à Pátria, um indíviduo que em tempos fora funcionário da polícia secreta do "Estado Novo". Por isso, no "dia das Medalhas", entrego simbólicamente, a titúlo póstumo, ao General Vasco Gonçalves a Ordem da Liberdade.

Espero que, hoje, no Algarve, chova tanto como aqui está a chover.

10.Jun.10

Por Favor.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Compreendo o sufoco. Li o texto num sufoco. Contei as as referências até. Gosto de algumas. Mas existe um paradoxo, talvez engano, propositado. Compreende-se. Não escrevi nada que fosse contra a senhora deputada e sobre o seu "célebre caso", que se perderá na espuma do tempo. Nada. Passou-me ao lado, porque na realidade é tudo uma questão de realpolitik. Agora a frase "Quero apenas relembrar que um desses países a França, é governado pela direita e o outro, Portugal, pela esquerda" é algo que não esperava da inteligência da senhora deputada, ou talvez esperasse. Ou pretende confundir-nos  ou está redondamente confundida. O partido, a ala do Partido Socialista, que exerce a governação é tudo menos isso, senhora Deputada.

08.Jun.10

Bom adágio, afasta todos os males

 

A relação quase umbilical, com a vizinha Espanha, surgia, muitas vezes ,contrariada pelo conhecido adágio popular "De Espanha, nem bom vento, nem bom casamento". Sabe-se ,que, esta constatação, para além de acicatar orgulho e desprezo pelo vizinho, servia intuitos ainda hoje de bastante utilidade. A imprensa portuguesa fala de greve que pára Espanha, a guerra de números de adesão instalada, sintoma da pressão social, de mal-estar, de sentimento de injustiça. Mas concordemos, ou não, com o antigo adágio, uma coisa é certa os governos em Portugal, desde sempre, e não me estou a referir somente ao século XX, tentaram controlar e reduzir o impacto interno dos acontecimentos sociais na vizinha Espanha. Dai que o vento que agora corre de Espanha possa não ser bom presságio. Mas os governos nacionais sabem que alguém, melhor do que eles, fez esse trabalho, por eles. Após 48 anos de provincianismo serôdio e bovino aprendemos todos a ser bons portugueses. Gostaria, assim como muitos dos meus amigos monárquicos, de dizer VIVA ESPANHA! Embora por motivos diferentes, é claro!

 

06.Jun.10

Gaza: aqui joga-se o futuro próximo

O desafio entre as duas potências está feito. A ser verdade, nunca mais um  navio de auxilio humanitário que se dirija a Gaza terá a marca da inocente ajuda humanitária, nunca mais  a acção militar israelita será olhada com conivência, porque silêncio sugere cumplicidade.  Enquanto a crise económica divaguei-a pela Europa, o Médio Oriente prepara-se para um duelo de titãs e uma guerra fratricida. A observar com muita e especial atenção nos próximos tempos. Gaza, território com um milhão e quinhentos mil habitantes, vai estar no centro do primeiro desafio que oporá Irão e Israel.

 

02.Jun.10

milésimo trigésimo sexto


 

Na realidade, embora a realidade de que falo seja torrencial, hoje, por mero acaso venho aqui, comemorar os quatro anos do Prosas Vadias. Não irei escavacar o "fogo amigo" do Dr. Soares, sobre o seu companheiro candidato, assunto banal, já o havia feito a outro seu "compagnon de route", Salgado Zenha. Confesso que me fartei do Muro das Lamentações socráticas. Procissão em desuso, tal o desgaste da figura, embora a resistência. De uns e de outros. Dos passistas básicos no seu toca e foge... estratégia que, neste canto da Península Ibérica, irá fornecer os resultados esperados. Enxangue um partido, obrigue-se o outro a governar. A democracia desgasta-se, mas ninguém parece preocupado. Existem uns quantos, contudo. Também há muito se sabe que em Gaza a estratégia de Timor, pode resultar em mais um banho de sangue, no campo de concentração, em que a direita mais radical israelita transformou a Faixa de Gaza.  Compreendo os israelitas, assim, como entendo os palestinianos. Odeiam-se. É uma questão quase bíblica.

Bem vistas as coisas, repousando o olhar reflexivo sobre estes últimos três anos, a minha vida sofreu diversos sobressaltos. Uns para trás, outros em frente. O tempo tem-se encarregado de lentamente ir solidificando algumas posições e opiniões que aqui vou registando. Outras  bem pelo contrário, foram-se perdendo na aridez corrosiva da passagem desse mesmo tempo. O blogue, na medida do possível escrito, de forma solitária e arbitrária, não morreu. Sobrevive. Fez em Maio passado quatro anos que viu a luz do dia. Peço-lhe desculpa, por só hoje ter dado por tal. Mais quatro anos ou quatro anos depois...Andamos por ai, os dois, o blogue e eu, como diz um nosso velho conhecido. Este é pois o milésimo trigésimo sexto escrito aqui colocado. Como registaria qualquer copista medieval, no seu cólofon final, exijo, como recompensa do esforço, uma pequena licença sabática. Está a ser feita. Ao sabor da vadiagem, aqui muito habitual.


Carlos de Freitas Nunes, correitor da impressão