Por entre , tsunamis e arrastões...
O mundo estranho, maravilhoso e poético de Tim Burton para desenjoo.
Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]
O mundo estranho, maravilhoso e poético de Tim Burton para desenjoo.
Enquanto Vilarinho das Furnas ecoa já na memória de muito poucos. Ecos de outros tempos. Um tempo calado, ressuscitado aqui e ali por memórias esparsas. Ou quando o estio mostra ainda o esqueleto em pedra da velha aldeia, erguendo-se fantasmagórica, após ter sido engolida pelas águas da albufeira alimentada pelas águas do Rio Homem. O documentário O Sabor da Despedida de Ivo Costa, joga com as palavras, as gentes, as emoções e a paisagem agreste e natural da última fronteira de um Portugal semi-selvagem onde tudo rima também com o nome de um rio: o Rio Sabor. A destruição do património natural ali imposto, tal como em Vilarinho das Furnas, em nome de um progresso espúrio onde toda a resilência será impossivel. A rever se possível e perceber como a Edp actua em nome desse progresso e dessa pseudo capacidade de o país se ir libertando da dependência energética através da destruição do património natural, paisagistico e humano. Onde a envolvência desta nova catástrofe nos parece fazer ecoar os anos Setenta no século XX português. Continua-se a amolecer lentamente em Portugal. É essa estratégia de cerco económico e de silenciamento das populações erigido pelo progresso sentado nos gabinetes da capital que urge ser denunciado. O documentário surge como objecto de preservação memorial da envolvência que rodeia o rio Sabor, o último respiro, um adeus. Sabe a desistência. A morte anunciada.
Post Scriputm: A versão completa do documentário pode ser vista AQUI. Obrigado IMCA.
cartoon: Angel Boligan, El Universal - México
O Estado em Portugal é, políticamente, um Estado social para as grandes empresas e grupos económicos, neo-liberal para as médias e pequenas empresas e um estado fascista para com as classes trabalhadoras.
Jaime Cortesão:
"Antes de mais nada, a crise não é política, mas nacional. Com o nosso actual tipo humano dominante não há regime político capaz de tornar próspera a Nação. Não é o regimen, nem a agricultura, nem a indústria, nem as finanças que verdadeiramente estão em crise. O que em Portugal há alguns séculos está em crise é o Português."
Citado por Vitorino Magalhães Godinho em "Reflexão sobre Portugal e os Portugueses na sua história", Revista de História Económica e Social, nº 10, Julho-Dezembro de 1982, p. 3.
Ontem sobre o "Prós e Contras" :
a extraordinária informalidade de António Manuel Hespanha. A complexidade presente não impede de continuarmos a reconstituir e a estudar o passado e a realizar comparações. Na análise encontram-se momentos semelhantes ao presente e tal nunca impediu que não fossem encontradas soluções. Numa sociedade onde as marcas do Estado Novo ainda perduram, impedindo a democracia e a sociedade de respirarem saudavelmente, não poderíamos esperar que 30 e poucos anos bastassem para mudar o rumo mental do país. Repare-se na antiguidade do rotativismo político português e nas organizações (Maçonaria, Igreja, poder económico) que ainda não se ajustaram aos novos figurinos mentais e de comportamento.
Foto retirada de O Tempo Contado
Chegou o tempo de as ver a saltar. Salta mosca, salta mosc
a
a
a
a
a
a
a
a
a!
PLOF!
Foto: Miguel Valle de Figueiredo
Há tempos fora Presidente da República, agora o Primeiro-Ministro, com pompa e cerimónia, ou mesmo sem estes requisitos, dirigiram-se ao país. Exigiram luzes e microfones sobre si. Algum deste país, o que ainda se preocupa, parou para escutar. O assunto era o mesmo ou em tudo quase semelhante: "escutas" telefónicas ou "mails" desviados. Segurança das comunicações privadas. Controlo sobre os média. A privacidade de um político começa onde? O que vieram ambos dizer? Ou esclarecer, se quiserem. Nada. Ou quase tudo. Absolutamente nada. Ou absolutamente quase tudo. Vivemos já num país onde apenas impera o tédio.
imagem retirada da Biblioteca Nacional Digital
Eles, os políticos profissionais, dizem-me que falam em nome do povo. Que governam para bem do povo. São assertivos em nome do povo. Quando este lhes vira as costas passam, entre dentes, a serem a maralha. Gritam aos telemóveis que esta merda da maralha devia ser posta na ordem. Quando o povo passa a maralha, indigente e malcomportado, é tempo de arranjar empregos bem remunerados na Europa. É chegado o tempo, embora estejam já avisados muito antes do tempo, de partir. Outros ocuparão o seu lugar. Iguais. É vê-los então a partir, tristes, zangados, dizem-me. Uns, porque políticos profissionais, obrigados a sair com indemnizações insanas combinadas através de contratos, redigidos entre si, outros, porque elevados ao grau máximo do técnico, escolhidos entre as estreitas fidelidades partidárias que se estabelecem. Refugiam-se, alguns, no novo "El-Dourado" europeu, não por mérito antes por negociação estabelecida no seio do podre equilíbrio das nações mandantes da Europa. Sabemos isto. Sabemos que este é o círculo que há muito nos foi desenhado. Somos simplesmente a maralha.
O grave problema deste país é sermos governados por pseudo elites económicas e culturais que sorveram desde cedo os principios básicos do Estado Novo. Daí estarmos onde ainda estamos. Na pré-história de um país e uma sociedade democrática.
Via: Minoria Relativa