Um blogue pode servir também, por entre outros assuntos, para expor pequenas peças da vida particular de quem o vai escrevendo. Se a pessoa a isso se dispôr. Momentos e assuntos que fazem parte de nós. Assuntos intrínsecos à vida quotidiana de cada um. Como, vai para muitas luas, amigos do alheio tomaram a iniciativa de me separar do rádio/leitor do carro, optei por deixar o seu lugar vago, se por um lado guarda a memória do objecto roubado, por outro tenta evitar a todo o custo que a gracinha se volte a repetir. Hoje existe simplesmente o buraco onde em tempos, resplandecentes, morava um rádio-cd. Como sou dado a andar de um lado para o outro todos os dias a falta do objecto tornou-se demasiado notória, ajudando a abafar os ruídos, cada vez mais parasitas, numa viatura que já me acompanha desde o século passado e como companhia sempre disponível. Há tempos resolvi que a situação teria de ser debelada e acabei por adquirir um vulgar leitor de Mp3, embora a notória perca de qualidade audiófila, a portabilidade do objecto, que entretanto ganhou ligação à saída do isqueiro e um par de colunas, passou a desempenhar o papel antes preenchido pelo rádio/leitor de cd's. Não vou falar da marca, nem do modelo do meu aparelho, vou apenas registar o que no dia 18 de Janeiro de 2010, fazia parte da minha banda sonora portátil, por ordem alfabética, que estes aparelhos gostam pouco de anarquia:
Armand Meliés - Casino
Bernard Lavilliers - Samedi Soir À Beyrouth
Diane Birch - Bible Belt
Fyfe Dangerfield - Fly Yellow Moon
Jean Patrick-Capdevielle - Les- Enfants Ténèbres et les Anges de la Rue
JJ - Album nº2
Jóhann Jóhannsson - And in the endless pause there came the sound of bees
Orchestral Manoeuvres In The Dark - Organisation
Seasick Steve - Man From Another Time
Sting - If On A Winters Night
Tom Boyle - Maniobra de Aproximación
Violent Femmes - Hallowed ground
Não sei se reparou mas em meia dúzia de linhas existe todo um mundo de informações sobre a minha pessoa. Tudo o que vai para além disso torna-se violação da privacidade. Se repararam, por acaso, na banda sonora, podem chegar a conclusões interessantes. Demasiado ecletismo? Não, apenas audiófilo. Qualquer coisa parecida com amor pela música.