Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

PROSAS VADIAS

PROSAS VADIAS

07.Dez.09

Corrupção

Entre um profundo conhecedor da realidade social portuguesa

 

 

 

E este caso norte-americano.

Dirão, possivelmente, que o caso americano é um nítido reflexo da crise actual. Fico sem saber se essa referência diz respeito à crise energética, económica ou ambiental, ou se tem alguma ligação com a ancestral perspectiva portuguesa que afirma "ladrão que rouba a ladrão tem cem anos de perdão". Adágio que, no caso dos bancos, ou das forças policiais, tem os seus próprios reflexos no imaginário popular português. Por cá, não há muito tempo, era costume, colocar-se no interior da carta de condução uma notinha, ou várias, consoante as posses económicas, para adoçar a autoridade policial, quando esta desempenhava a sua missão. Como por vezes a missão do pessoal fardado ultrapassava os códices nada como um subornozinho para atenuar a rigidez legal da sua actuação. Ambas as partes, em conflito, agradeciam.

Começar pelo vulgar cidadão é  verdade de La Palisse, como muito bem sabe Oliveira Martins. Pensar que o exemplo tem de vir de cima é já um outro assunto. Como alguém afirmou ética e moralidade não se decreta, nasce. Cria-se. Incute-se. Até porque ninguém, em seu perfeito juízo, se pode esquecer que quem exerce o poder, fora dele, não passa de um mero cidadão.  Dai que deste obscuro ponto do globo possa estar espantado com a atitude do polícia americano. Embora, no caso, não tivesse prendido a mulher, sabendo, como sei, que se prender os grandes corruptores, estes  pequenos corruptores desaparecem num ápice.