Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

PROSAS VADIAS

PROSAS VADIAS

14.Ago.09

Somos maiores...em tudo.

 

Sempre gostei muito de comparações. Esta sempre a achei deliciosa, bem conseguida e quem a produziu revelava uma imaginação bastante fértil embora na época fosse uma comparação possível. No tempo em que foi produzida o império ainda valia qualquer coisinha. No fundo pretendia afirmar que Portugal era comparativamente um grande país europeu. Hoje não o sendo fisicamente, seria impossível reproduzir graficamente esta mentira aparente. Actualmente as distorções são feitas com base em comparações com outros países, onde as economias são mais fortes, o  leque de indústrias muito maior e mais poderoso e onde o número de habitantes é superior. A grandeza implica maior grau de dificuldade face á actual crise. A pequenez implica que esse grau seja menor, embora enorme a dependência do país. Não me preocupa que os resultados de uma aparente melhoria de alguns números, seja saudada de forma efusiva, gosto é de entender o porquê quando outros números contradizem essa realidade e são claramente menorizados. São eles, afinal, os grandes países europeus, que não conseguem atingir as nossas proezas. Concluindo continuamos a ser os maiores. Em tudo, até na forma como fazemos propaganda. Continuando a comparar o que é impossível comparar. E não me falem em fé no futuro. Porque não sei o que é o futuro. Falem-me em fanatismo e arrogância em lugar de fé no futuro e a partir daí poderemos estabelecer bases para um diálogo.

 

Foto: Vieira, Joaquim, Portugal. Século XX. Crónica em imagens 1930-1940

 

13.Ago.09

bandarilhas

 

Se aceitarem a dica aproveitem para colocar o "drapeau" monárquico em Olivença. O que já foi feito, diga-se de passagem, mas com a Bandeira portuguesa, a verdadeira. Filmem tudo e depois apostem no You Tube. Desafiar a monarquia espanhola para uma nova "Guerra das Laranjas", seria a vossa verdadeira epopeia. E acreditem que nos riríamos a "bandeiras despregadas". A 1ª República teve os defeitos que teve, a segunda remeteu-vos para o "alinhanço", a terceira permite-vos brincar. Ora se, por cá, o regime fosse uma monarquia, o acto acabaria no Limoeiro, ou então ressuscitava-se o Diogo Inácio de Pina Manique para colocar os meninos na ordem. Era limpinho.

13.Ago.09

Aviso

Reabriu o botequim.

As licenças camarárias estão em dia. Continua a ser permitido fumar, aliviar o fígado e a bexiga. A utilização do preservativo continua a ser incentivada dentro de portas. É possível ainda continuar a relaxar os comportamentos estivais. Deixemo-nos de tretas a lota continua... aberta a apreciadores de marisco e peixe grelhado. À ementa habitual acrescentou-se o requeijão como entrada. Foi retirado o arroz com feijão. A Figueira da Foz está na mesma, embora o prédio azul esteja quase pronto e o molhe norte seja agora um monte de calhaus. A areia essa não falta e, segundo informações, irá alastrar de tal maneira que o aluguer de camelos, para chegar á borda d'água, será o próximo atractivo turístico e um futuro investimento de alta rentabilidade. De Coimbra não falo, a lástima dos últimos meses parece-me que se vai prolongar pelos próximos anos.

03.Ago.09

As árvores morrem de pé... José.

 

 

Numa cidade "sebenta", tradicionalista e  corporativista, pretendem homenagear, fazendo as pazes, com este grande senhor. No fundo pretendem ajustar contas nunca esquecidas do seu passado recente. Estão no seu direito. Embora eu goste pouco que me pisquem o olho. A cidade, colina afora sempre foi pequena para gente grande que a palmilhou. A sombra daquela torre sempre pretendeu fazer esquecer os seus desalinhados. Os que resolveram, por si mesmos, renova-la e transforma-la, recebendo em troca olhares de soslaio. Proscritos e encurraladas nas malhas de um regime autoritário e obscurantista viveram de coluna vertebral erguida, fiéis a si mesmos e à sua consciência. Embora na cidade, certas gentes, soubessem guardar no seu seio aqueles que sempre amou.

Pág. 2/2