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PROSAS VADIAS

PROSAS VADIAS

25.Ago.09

Figueira dantes e de hoje

 

A Casa do Capitão Grilo no Largo Dr. Pereira das Neves, na Figueira da Foz. Por baixo o moderno e actual mamarracho que a veio substituir.

 

 

 

Dei hoje por esta referência no Outra Margem. Mas à quanto tempo não vou eu à outra margem...  E porque entendi muito bem o que o seu autor pretende referir ofereço-lhe, de bandeja, mais uma pequena nota arquitectónica sobre essas diferenças. Esta na margem oposta. As questões de gosto e de estética são dois pormenores que podem ser cultivados e educados. O problema nesta questão é sobre essa má educação que tem prevalecido e que degenera neste, como em muitos outros, casos em que a preservação do património arquitectónico é um apenas um palavrão. Ou porque os donos se querem desfazer do património rentabilizando-o ao máximo. O domínio do privado sobre o público isso permite. O que seria de reconsiderar nestes casos. Ou porque os responsáveis públicos de então  fizeram vista grossa por falta de informação ou por notória falta de gosto estético. Isto digo eu que sou crédulo. O domínio presta-se a muitas considerações. Na realidade estes exemplos advém de sabermos que o que uns pensam ser a modernidade é apenas falta de cultura estética  mas não só. Perante mais um exemplo gritante, como este, as cidades crescem segundo o gosto duvidoso de quem deixa que elas assim cresçam.

 

Fotos retiradas de uma interessante publicação figueirense intitulada Do Largo à Praça datada de Dezembro de 2007.

22.Ago.09

Silly season

Acordei cedo, que é como quem diz, nem olhei para o relógio à hora que acordei. Pela janela o sol já se mostrava para além daquela linha imaginária, por mim traçada, na varanda, que me ajuda a adivinhar que aquela hora ia já muito adiantada. Em relação a quê não sei. Mas a luz já havia ultrapassado, de mansinho, a linha imaginária que me serve de relógio e me ajuda a transformar as horas em algo supérfluo. Se acordei de bom humor ou mau não vos interessa e a mim muito menos. Não meço os dia pelo humor nem o do tempo que faz, nem o pessoal. As minhas medidas são largas. Nasci, ao que me disseram, assim. Não me importo. Sou pesado de ossos por isso a balança engana. Sei que comi iogurtes no decurso dos anos 60. Não, não cantam cá primaveras, nem sopro velas, nem janto fora para assinalar datas. Deixo-me ficar pelas redondezas. Dou por mim a construir barcos de papel. Uns atrás dos outros. E chapéus. Dobro as folhas e sai mais um chapéu. Ou um barco. O tempo esvoaça, mas nunca lhe descobri as asas. Ouvi  e vi que caiu uma arriba lá para o sul. Soterrou pessoas que, impávidas e serenas, deixaram pura e simplesmente de existir. Aparentemente outras desejam ocupar o seu lugar. Não compreendo a mansidão humana. Ao lado, quando olho para o lado direito a  referência geográfica mais próxima é o mar. A norte, Coimbra, cidade de todos os amores, desamores, dores e estertores. plausíveis ou não. Mãe e madrasta. A sul fica o sul. Pois claro. Do mar a brisa que sopra, não trás cheiro de peixe fresco e maresia. Estou a bordar palavras, problema que arrasta juízos morais próprios e éticas particulares (um absurdo a que chamam modernidade). Cada um de nós incha de acordo com o tamanho das suas. Abomino cada vez mais éticas, juízos e morais próprias. Estou, por assim dizer, a escrever que a única certeza que tenho e em que acredito é de que tenho a certeza que as minhas certezas estão totalmente incertas.

20.Ago.09

Eleitor-fantasma

Em pequeno sofria do síndroma do fantasma. Até que apareceu o "Caça-Fantasmas". A partir desse momento a vida  de biliões de crianças ficou menos traumatizada. Muito mais a partir do momento em que o "Magalhães diz que em Julho foi reduzido para "o mínimo histórico de sempre o número". Ora algo que é reduzido ao seu mínimo histórico é algo que continua a existir, historicamente. Ou seja, a História, registará que neste país, devido a deficiências várias, o sistema eleitoral padecia de um complexo fantasmagórico nos cadernos eleitorais. Nele existia um recorde histórico de eleitores que oram apareciam aqui, como podiam aparecer acolá, ou desapareciam pura e simplesmente. A coisa pode dar para o torto se, uma dia, um historiador afirmar documentalmente que as eleições estavam viciadas. Para mais num país onde nem os mortos escapam a serem mal identificados. Verdadeiramente esotérico o problema, até que surgiu o Magalhães. Não esse. Esse tem  igualmente vários nomes, embora o intel sobressaia em todos eles, mas o "nosso", o Zé. O mais informatizado dos governantes (parece o "fantasma" do homem da Regisconta) afirma peremptoriamente que, historicamente, estamos no bom caminho. Eu não acredito. Porque num país onde os mortos continuam vivos o assunto é de ficar com os cabelos em pé. Para começar o meu Cartão de Cidadão diz que eu moro aqui, onde estou neste momento, a consulta dos cadernos eleitorais continua a dizer que eu voto e moro ali. E agora? Serei um eleitor-fantasma?

17.Ago.09

La haine

 foto 

 

Apresento-me: sou um mero assalariado. Ganho ano cerca de 28 mil euros, aos quais me são me descontados directamente 6 mil euros para contribuições obrigatórias de regimes de protecção social e retenções na fonte de IRS. Não tenho nada a esconder. O trabalho (não é emprego) exerço-o em regime de 48 semanais, sábados e domingos incluídos com direito a folga. Não tenho filhos a meu encargo, pago contudo uma pensão de alimentos. Dai que este ano com todas as despesas de saúde, cá em casa o ano que passou foi um descalabro, a renda de casa etc. e tal. Sou dono de um utilitário que vai este ano fazer 11 anos. Serve-me muito bem. Não penso que ostentação tenha algum significado. Nem tenho problemas de ego. Quer dizer tenho com esses egos desmesurados que habitam o meu país. Como escreveu à tempos Rui Tavares no Público detesto cada vez mais essa corja de gente que se diz respeitável. Talvez este seja o meu problema com o Ego. Sou um português como tantos outro à tona d'água e ainda com a sorte de ter trabalho (não é emprego). E não refiro como é possível viver de forma soez com muito menos e pagar-se o que andamos a todos a pagar. Há tempos  fiz uma mini-maratona. Não daquelas para dar nas vistas em telejornais. Aos telejornais não interessa o vulgar. Esta mini-maratona incluiu a audição na Assembleia da República do ex-presidente da BPN. No fim daquela comédia compreendi ainda melhor como se move o poder político , económico e judicial deste país. Percebi tão bem que resolvo apresentar-me como contribuinte líquido para o total desvario da terceira República e, sou agora, tendo em conta os meros 9.29 cêntimos que não  irei receber mais um salvador dos famélicos da ganância. Eu e muitos outros que, sem rendimentos, sem trabalho e sem receberem IRS, o fazem como eu. Fico deste modo eternamente grato a Fossas excelências (aqui retiro a boina da cabeça e afago-a entre os dedos em sinal de respeito) e a mais quem acha que vocês são o que de melhor podia ter acontecido a este país. Muito Obrigado. Sei que a intenção de 25A74 não era esta por isso não culpo a revolução a que assisti, culpo a vossa mania do futuro, de um futuro às arrecuas para muitos, um futuro sorridente para poucos.

15.Ago.09

Citações

"Loucura é uma defesa, estritamente solitária, dentro dos seres mais sábios. "

 

Carlos de Thalisson T. Vasconcelos

 

Frase encontrada pelo meu Loucólito preferido, uma descoberta feita por um mero acaso. Tal pai, tal filho.

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