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PROSAS VADIAS

PROSAS VADIAS

21.Jul.09

Um post agnóstico

Não discuto Deus, outros fazem-no melhor que eu, não discuto a Família, porque posso sofrer algum revés, não discuto a Pátria, isso era o outro que dizia, eu discuto o estado da Pátria porque sou a favor do fim das linhas imaginárias com que pretendem traçar-lhe o rumo. Não sei bem porquê, mas nunca tive muito jeito para a prática do onanismo, é demasiado simplex.

21.Jul.09

Hoje fui à Lua

A ida à Lua, segundo me diz o meu irmão, que é astrónomo amador, e por isso pensa que se deviam derreter todas as armas existentes e com todo esse metal construir telescópios para que cada um de nós, ao olhar o espaço, sinta e alcance a sua verdadeira pequenez de forma mais consistente. Ele concorda que a questão foi política. Só uma vez um cientista subiu a bordo de uma nave e apenas foi incluído no programa espacial americano, viajando na Apolo 17, a última das viagens até hoje. Esse cientista era precisamente um geólogo, aquele que trouxe aquela pequenina pedra que ainda podeis observar em Coimbra.

A Guerra Fria tratou de transformar a ida à Lua numa corrida entre as duas potencias vencedoras da II Grande Guerra. Tecnologicamente avançado estava o III Reich, cujas V2 permitiram, após rocambolescos raptos de cientistas alemães, conhecem-se melhor os casos americanos que os praticados pelos soviéticos, o desenvolvimento dos respectivos programas espaciais. O tal grande passo para a humanidade resumiu-se apenas em ver quem chegava primeiro ao satélite da Terra. Tirando uma maior utilização do velcro (que já havia sido inventado), da comida liofilizada, do aperfeiçoamento das máquinas de diálise, que a bordo serviam para transformar a urina dos astronautas em água, das depuradoras de água, da aplicação de alguns princípios básicos usados nas botas dos astronautas, a seram posteriormente aplicadas no desenvolvimento das sapatilhas, que na lua serviram para amortecer os famosos saltos dos astronautas, fatos contra incêndio, cientificamente o que os respectivos programas forneceram foi meramente o desenvolvimento de maiores e mais mortais armas de guerra, o desenvolvimento de novos combustíveis e foguetões, que permitem hoje a Coreia do Norte ou o Irão desafiarem o "establishment" nuclear. Hoje pergunta-se para que foi o homem à Lua afinal? Foi apenas a forma de travar uma guerra, uma guerra que embora fria acabou por parecer civilizada. Ganhou a guerra quem aterrou primeiro na Lua. Tirando isso e para além de um futuro local de turismo espacial o meu irmão acha que a lua tornar-se-á no local ideal para se estabelecer o mais que provável ponto de partida para a chegada do homem a Marte. Embora já nenhum de nós cá esteja para ver. Isso fica apenas para uma próxima guerra fria entre potências. Não se sabe quando, nem como, embora se consiga saber quais serão essas potências. Basta pegar num telescópio e olhar atentamente para o planeta Terra.

Embora eu pessoalmente adore mais ouvir os mirabolantes relatos dos portugueses que ainda hoje não acreditam que o homem pisou a Lua. E mais ainda daqueles que acreditando acham que o primeiro homem a pisar solo lunar foi Américo Tomás, que então ostentava o título de Presidente da República Portuguesa.

18.Jul.09

Porque hoje é Sábado (Dois)

Proponho para que se entenda para além do demasiado óbvio  onde é pretendo chegar com o "post" abaixo. Proponho dois textos, onde as ilações, que ambos vão retirando dos contextos que analisam, distam quase pouco mais de um século. Sei que ler é hoje uma actividade penosa e quase clandestina. Seria interessante reter um ponto essencial: os partidos políticos portugueses aparentam ser (ou são!) estruturas de  muito longa duração em muitas das suas componentes, seguindo de perto as teses transpostas para Portugal da Escola dos Annales por Vitorino Magalhães Godinho. Por outras palavras sofrem de esclerose múltipla. Um pode ser lido aqui e o outro aqui. E por ser sábado desligo o computador e vou apanhar ar. Bom fim de semana.

16.Jul.09

O q'é que eu acho?

 

Acho que por exemplo um regime democrático não devia permitir, tolerar, a perpetuação seja lá de que forma for (eleitoral, por ex.) de um individuo (seja ele qual for) durante mais de dois mandatos num cargo politíco. Tal como num regime totalitário a permanência no poder num regime democrático ao longo de décadas dá azo a tiques totalitários. Daí que uma futura Constituição deva igualmente tomar esse princípio (ou reforça-lo) em linha de conta, reduzindo a possibilidade de candidatura a um mesmo cargo politíco a duas legislaturas. Alguns ainda se lembram que da Democracia nasceram ditadores. Daí que é isso q'eu acho.

16.Jul.09

Suspense

Não sou dado a prognósticos. Há quem o seja e disso retire dividendos. Sou um  adepto confesso da arte do suspense. Compreendo o alcance do pretenso apelo ao voto útil, lançado como um rumor que corre por aí como cavalo na pradaria. Para ser muito franco o que dava mesmo jeito (a mim e a mais alguns) era um tremendo empate. Psd e Pp, já se sabe, antecipadamente afirmaram-no,  estão dispostos à partilha do poder e do governo. Nada de novo portanto. Quanto ao Bloco Central, entre os dois maiores partidos, nem me atrevo a partilhar o que penso. Estou farto da cíclica troca de cadeiras entre Ps e PSd nos últimos trinta anos. E o que sobra? Por favor não me venham (outra vez) para, em nome da esquerda, votar útil. Porque não o faço, nunca o fiz e não era agora. Não voto no homem e acabou-se. Um empate sim, seria a cereja. Queria ver, como gostaria de ver, a esquerda a desperdiçar uma vez mais, talvez a última grande oportunidade, de se unir e mostrar um projecto de governo, conseguindo ultrapassar clivagens, orgulhos estapafúrdios e pequenas e grandes vaidades pessoais em nome de um país que ainda é  de esquerda. Um dia deixará de o ser... as novas gerações estão aí, estão a rebentar. E não me venham com as jotas cheias de sangue novo porque não é do seu interior que surgem líderes carismáticos e com visão de futuro. Nunca foi. Por isso.