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PROSAS VADIAS

PROSAS VADIAS

24.Jul.09

A gente não vai de férias?

 

 

Perderam o senso. Misturam Magalhães com turismo. Tudo isto a propósito da viagem do Presidente da República à Áustria onde este fez, e bem, a promoção do turismo para além do corriqueiro cartaz do sol e mar, defendendo que o binómio deve estar associado ao turismo cultural num país que, apesar do desmazelo de algum património, não deve deixar descurar. Atitude que, creio, ser consensual, e por causa disso, por causa da consensualidade sobre o assunto trazem agora à colação a promoção, feita pelo Primeiro-Ministro, do computador Magalhães que foi acerrimamente atacada à tempos atrás. Sendo que este último nem sequer é um produto português cujo nome serve apenas para consumo interno, não consigo por isso entender a argumentação, embora compreenda que a actividade de caixeiro-viajante que está associada a estas duas figuras do Estado seja necessária nas suas deslocações ao estrangeiro. Um promoveu o turismo cultural português, o outro promoveu um computador igual a tantos outros por esse mundo fora. Chi!!!! O que para aí vai. Já ninguém entende como é que gente que, até há uns meses atrás, se mantinha com algum nível de repente passou ao lançamento destrambelhado de disparates. Aparentemente a época de saldos começou mais cedo. E, como gosto muito de jogar matraquilhos, acho que o João Tunes acertou na "mouche" que também é uma forma de desporto radical. Sinceramente.

24.Jul.09

Para a História do Turismo Balnear

 

Em homenagem às experiencias nucleares americanas no Pacífico, Louis Reard inventa e baptiza o seu modelo de fato de banho como bikini. Prevendo o mesmo efeito no seio da sociedade de meados dos anos 40 que as explosões atómicas uma das frases publicitárias que acompanham o  lançamento referem o "Bikini como a primeira bomba an-atómica". Apresentado, com pompa e circunstância, numa das mais célebres piscinas de Paris, a Molitor, por uma dançarina do Casino de Paris, face à recusa das modelos da época em envergarem o novo modelo de fato de banho o bikini causa na realidade múltiplas explosões nucleares com as interdições por ofensa à moral e aos costumes a não se fazerem esperar, tendo sido interdito o seu uso em nas praias da Europa.

Enquanto as feministas olhavam o modelo como uma forma de transformar a mulher num objecto de desejo, os comunistas franceses olham para o bikini como uma marca da burguesia , a caricata reação do Vaticano surge no seu órgão oficial, o Osservatore Romano, que afirma que os Quatro Cavaleiros do Apocalipse surgiriam sem dúvida alguma envergando bikinis. Em Espanha contudo o seu uso  é permitido a partir de 1952. O decreto de Pedro Zaragoza, Alcaide da Câmara de Benidorm, em conjunto com os esforços do Arcipreste de Marbella, Rodrigo BocaNegra, que intercede junto de Franco para a sua autorização, que apresentam como razão principal a captação do turismo internacional para o litoral espanhol surtem o efeito desejado. Em Portugal, tirando umas quantas refugiadas de guerra e algumas raras excepções entre as mulheres portuguesas o uso da bombástica peça do vestuário balnear apenas se generaliza após 1974. Passados 62 anos sobre este facto já ninguém se lembra da bomba que foi o surgir do bikini na Europa dos anos Quarenta.