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PROSAS VADIAS

PROSAS VADIAS

31.Jul.09

a preto e branco

Irei pausar um pouco a actualização do blogue, devido a problemas pessoais que terei de enfrentar e resolver nos próximos tempos e, para não azedar ainda mais a tipologia seguida ultimamente, a actualização do blogue será algo que farei de acordo com a disposição dos dias e dos momentos. Em ocasião mais propícia voltarei de novo a prosar vadiamente ao sabor dos dias. Chegarei a bom porto. Obviamente irei acompanhando tudo o que se escreve aqui no rol de blogues da margem direita (salvo seja). Continuarei a seguir atentamente os vossos já que este por uns tempos fica a aguardar a passagem da tempestade. Boa continuação para todos os que por aqui foram e vão passando.

Um Abraço do Carlos Freitas.

29.Jul.09

If...cá nevasse fazia-se cá ski.

Se perder, demite-se? - pergunta o 31 da Armada. (#)

ahahahahahahahahahahahahahahahahahahahhahahahahahhahahahahahahahahahh

ahahahhahahhahahhahahhahahhahhhahahahahahahahahahahahahahahhahahhahha

ahahahahahhahahhahahhahahhahhahhahhahahahhahhahhahhahhahhahhhahhhah

Deve ter sido da hora.

(#) pergunta de um bloguer (do colectivo 31da Armada, conotado com ala direita do centrão) a José Sócrates no decurso do maior apagão sofrido pela net portuguesa até hoje.

 

24.Jul.09

A gente não vai de férias?

 

 

Perderam o senso. Misturam Magalhães com turismo. Tudo isto a propósito da viagem do Presidente da República à Áustria onde este fez, e bem, a promoção do turismo para além do corriqueiro cartaz do sol e mar, defendendo que o binómio deve estar associado ao turismo cultural num país que, apesar do desmazelo de algum património, não deve deixar descurar. Atitude que, creio, ser consensual, e por causa disso, por causa da consensualidade sobre o assunto trazem agora à colação a promoção, feita pelo Primeiro-Ministro, do computador Magalhães que foi acerrimamente atacada à tempos atrás. Sendo que este último nem sequer é um produto português cujo nome serve apenas para consumo interno, não consigo por isso entender a argumentação, embora compreenda que a actividade de caixeiro-viajante que está associada a estas duas figuras do Estado seja necessária nas suas deslocações ao estrangeiro. Um promoveu o turismo cultural português, o outro promoveu um computador igual a tantos outros por esse mundo fora. Chi!!!! O que para aí vai. Já ninguém entende como é que gente que, até há uns meses atrás, se mantinha com algum nível de repente passou ao lançamento destrambelhado de disparates. Aparentemente a época de saldos começou mais cedo. E, como gosto muito de jogar matraquilhos, acho que o João Tunes acertou na "mouche" que também é uma forma de desporto radical. Sinceramente.

24.Jul.09

Para a História do Turismo Balnear

 

Em homenagem às experiencias nucleares americanas no Pacífico, Louis Reard inventa e baptiza o seu modelo de fato de banho como bikini. Prevendo o mesmo efeito no seio da sociedade de meados dos anos 40 que as explosões atómicas uma das frases publicitárias que acompanham o  lançamento referem o "Bikini como a primeira bomba an-atómica". Apresentado, com pompa e circunstância, numa das mais célebres piscinas de Paris, a Molitor, por uma dançarina do Casino de Paris, face à recusa das modelos da época em envergarem o novo modelo de fato de banho o bikini causa na realidade múltiplas explosões nucleares com as interdições por ofensa à moral e aos costumes a não se fazerem esperar, tendo sido interdito o seu uso em nas praias da Europa.

Enquanto as feministas olhavam o modelo como uma forma de transformar a mulher num objecto de desejo, os comunistas franceses olham para o bikini como uma marca da burguesia , a caricata reação do Vaticano surge no seu órgão oficial, o Osservatore Romano, que afirma que os Quatro Cavaleiros do Apocalipse surgiriam sem dúvida alguma envergando bikinis. Em Espanha contudo o seu uso  é permitido a partir de 1952. O decreto de Pedro Zaragoza, Alcaide da Câmara de Benidorm, em conjunto com os esforços do Arcipreste de Marbella, Rodrigo BocaNegra, que intercede junto de Franco para a sua autorização, que apresentam como razão principal a captação do turismo internacional para o litoral espanhol surtem o efeito desejado. Em Portugal, tirando umas quantas refugiadas de guerra e algumas raras excepções entre as mulheres portuguesas o uso da bombástica peça do vestuário balnear apenas se generaliza após 1974. Passados 62 anos sobre este facto já ninguém se lembra da bomba que foi o surgir do bikini na Europa dos anos Quarenta.

23.Jul.09

De um suicidário para as gerações futuras

 

 

 

"[...] num país, onde a inteligência é um capital inútil e onde o único capital deveras produtivo é a falta de vergonha e a falta de escrúpulos - o diagnóstico impõe-se per si. O desalento e a descrença alastra. No ar respira-se o cepticismo. E, à medida que o mal-estar colectivo se esvai resolvendo quotidianamente em tragédias individuais, o sentido da vida, em Portugal, parece ser cada vez mais fúnebre e mais indicativo de que vamos arrastados, violentamente arrastados por um mau destino, para a irreparável falência e de que nos afundamos definitivamente.

[...] Em Portugal, só uma parte mínima do esforço empregado redunda em trabalho utilizado. O resto é integralmente esforço desperdiçado. Como querem, pois, que haja amor ao trabalho se o produto do trabalho representa uma insignificância que não valoriza senão uma parte mínima do esforço feito? [...] Não compensar o trabalho é aniquilar o estimulo de trabalhar. E até certo ponto, senão é justo, é pelo menos explicável que homens, que em outro meio seriam prodigiosas fontes de riqueza e de progresso, respondam invariavelmente aos que os incitam a fazer alguma coisa; «Não vale a pena»

O nosso pessimismo quer dizer apenas isto: que em Portugal existe um povo, em que há, devoradas por uma polilha parasitária e dirigente, uma maioria que sofre porque a não educam e uma minoria que sofre porque a maioria não é educada. [...] Não, em Portugal não é a degenerescência o que lavra. Há aí incalculáveis energias armazenadas; há aí muita vida, [...] à espera de aplicação útil. Aproveitem-se, canalizem-se. Há ainda alma para refazer todo um Portugal novo.

 

                                 Excertos d'0 Pessimismo Nacional de Manuel Laranjeira

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