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PROSAS VADIAS

PROSAS VADIAS

31.Mai.09

Cá por coisas

Há uns dias chamou-me a atenção a capa com os pontinhos depois da letra F na obra recentemente editada de Colin McGinn, intitulada "Não me fodam o Juízo", editada pela Bizâncio.

A meditação  voltou-se para um livro de edição mais recuada de Miguel ESteves Cardoso, "O Amor é Fodido" este sem pontinhos depois do F. 

Temporalmente a mais recente data de 2009, a de Miguel Esteves Cardoso, foi publicada pela primeira vez em 1994. Vai na 14ª edição, para que conste.

Se isto quer dizer alguma coisa sigamos a sinopse da obra do filósofo Colin McGinn, reza assim:  "Uma coisa é estar rodeado de tretas. Outra completamente diferente é que nos fodam o juízo. A primeira é irritante, mas a segunda é violenta e invasiva (excepto quando consentida). Se alguém lhe manipular os pensamentos e as emoções, lixando-lhe a cabeça, é natural que fique ressentido: o indivíduo em questão distorceu as suas percepções, perturbou os seus sentimentos, talvez até lhe tenha usurpado o Eu. A psicofoda é um aspecto predominante da cultura contemporânea e o agente que a pratica tanto pode ser um indivíduo como todo um Estado, dos jogos de manipulação pessoais até à propaganda em grande escala. Em Não me F**** o Juízo, Colin McGinn investiga e clarifica este fenómeno. Da antiga Grécia a Shakespeare e às técnicas modernas de controlo de pensamento, McGinn reúne os componentes deste complexo conceito — confiança, logro, emoção, manipulação, crença falsa, vulnerabilidade — e explora a sua natureza."

Ou seja alguém anda a pôr os bons costumes na ordem do dia. Claramente para não ofender os bons costumes. Recorda-me remotamente um outro regime. Depois digam que não. Convenhamos que aparenta o que quer aparentar.

29.Mai.09

Já tivemos o Jacinto chegou agora outro irmão Leite.

Concordo perfeitamente com o senhor deputado. Concordo que se o senhor deputado deixar o lugar vago, eles e mais uns quantos, o emagrecimento do parlamento resultaria num ganho extraordinário para a Terceira República. Tal como a demagogia da sua proposta, demagógica no sentido de serem sempre os mesmos os culpados, segue a minha para a devida apreciação economicista do querido parlamento. Esta e a que se segue: se as castas representadas na Assembleia da República passassem a contar com eventuais, deputados em regime de trabalho precário talvez as leis do trabalho fossem mais acertadas e produtivas. Já agora perante o atraso registado neste país que não pode apenas ser imputado a falta de produtividade provocada pelos feriados pedia aos senhores deputados que reduzam os seus vencimentos ao nível do salário mínimo, por oito horas de laboração diária. Neste momento as propostas ficam por aqui. Mais haverá sem dúvida. Basta perguntar aos políticos de bancada que, como eu, sabem muito bem, que políticos e quejandos povoam os nossos Passos Perdidos.Alguns são, que me desculpem alguns outros, do tipo chico-esperto, beijam a mão ao sistema que os sustenta.

28.Mai.09

velha canção para o meu amor

 

O sentimento que nos faz estar juntos não se resume a uma muito velha canção. Mas se não fosses o meu Anjo nesta vida esta era apenas mais uma mera velha canção. Mas não é. Embora velha, antiquada, o que lhe queiram chamar, é eterna. Assim como NÓS um para o outro. Do teu resplandecente amor apenas desejo merece-lo.

26.Mai.09

Como vos entendo excelências fidelíssimas

Dou por mim atento às opiniões sobre outras opiniões. Gosto de ver a tecedura de elogios, de amabilidades para com alguns dos principais comentadores da república. Mas ainda gosto muito mais quando estes escrevem e afirmam assuntos que de repente levam os que se derretem elogiosos a perderem as estribeiras e as estribeirinhas. Que não, que não é bem assim. Desde velho do Restelo ao  Aqui d' el rei nos acuda, de tudo serve. Soam todos muito bem quando nos dizem ámen ao que pensamos, passando a péssimos quando atacam as nossas mais fidelíssimas convicções. Assim vai a corja. Alimenta-se do próprio cadáver. Ah isto vem a propósito disto. Pois parece que anda por ai boa gente a dizer cobras e lagartos do autor. Noutras ocasiões... bem, deixemos isso para outra ocasião.

26.Mai.09

Coimbra - anos 70

 

 

 

Pedida a devida licença ao blogue DIAS QUE VOAM, prontamente concedida pela simpatia da autora, não pude resistir a este estranho impulso que me causam estes antigos postais sobre a minha cidade. Pese embora migrante lisboeta, hoje não sou de mais lado nenhum, nem quero ser. Este mostra a cidade tal com a encontrei quando aqui cheguei. Repare-se nas ilhas mondeguinas que proporcionavam belas tardes de verão nas denominadas então "praias dos tesos". Repare-se que a entrada do Estádio Universitário tinha então muito mais charme. Repare-se que agora o querem encerrar numa apertada malha de trânsito caótico.Repare-se que o galinheiro do "Silva Gaio" ainda nem sequer assoma ali ao fundo do lado esquerdo, junto dos actuais courts de ténis e que então serviam de recreio. Repare-se e atente-se. Ena, ganhei o dia.

26.Mai.09

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AVISO

Internacionalista proletário

 

Acaba de ser lançado outro míssil com novas "Canções patrióticas de louvor ao líder Kim Jong-Il e a seu pai, o falecido Kim Il-Sung" pelos proletários norte-coreanos. Fontes fidedignas confidenciam que nova colectânea está pronta para ser enviada para o espaço sideral. Clique aqui para ouvir.

25.Mai.09

Música moderna

 

Estou para aqui meio engripado/meio constipado. Que me lembre não estive em Cancun, e nunca iria a Cancun, por dois motivos: primeiro porque Cancun é demasiado artificial, segundo porque sou um viajante romântico e em Cancun não existe romantismo. Mas o que me acelerou a escrita hoje foram duas frases do futuro deputado europeu do partido no governo que rezam assim: "A manhã começa no porto de Aveiro. Porta de entrada marítima para a Europa" e a outra, de hoje, em letra garrafal permitindo prever uma inusitada euforia : "Porto de Aveiro é um exemplo do Portugal moderno, que a União Europeia permitiu" Trabalho há vinte e tal anos num porto, conheço grande parte da sua história, o que futuro eurodeputado provavelmente não conhece e devia para fazer afirmações deste calibre. Portugal é um só pais, os seus portos merecem, mas todos, o olhar atento dos governos, tem sido contudo a política titubeante do partido no governo nas infra-estruturas portuárias que, abandonando grande parte das estratégias delineadas no livro branco dos portos do Eng. Cravinho, lançou sobre as administrações e quejandos o estigma da nomeação partidária. O mérito fica para depois. Apenas canais de influência junto de secretarias de estado e ministérios Uma administração portuária não é obrigatoriamente sinónimo de saber. Pode ser muita outra coisa. E por fim também o porto de Aveiro está a ser uma das principais vitimas da estagnação de mercados. Não tem sido fácil a vida nos portos. Agora só faltava o frete de tratar Aveiro como porta marítima de entrada para a Europa, que dirão Lisboa, Leixões Setúbal, Sines? Para não falar em Figueira da Foz e Viana do Castelo ou Portimão? Espero que não se tente secar as outras portas de entrada. Espero. Se Aveiro é assim um exemplo eufórico, estude-se bem o exemplo e perceba-se o valor simbólico das frases do concorrente a eurodeputado. Está lá o que um partido de governo não devia ser. E nunca a modernidade foi sinónimo de evolução. Atente-se. Bem sei que o porto onde trabalho está agora nas estruturas da tal porta da Europa, mas Aveiro, é uma realidade e Figueira da Foz, outra. Outrora dois portos concorrentes, fórmula que não se compreendia, num país com uns meros 561 quilómetros de comprimento por 281 de largura e que fazem hoje parte da mesma realidade. Mas existem idiossincrasias próprias. Por outro lado sabemos que boa parte da legislação portuária é já feita nos corredores em Bruxelas. Talvez seja por isso que cada vez vejo mais tripulantes asiáticos em navios que de europeus apenas tem o nome, tudo o resto surge registado em paraísos fiscais e mão-de-obra sem qualificação, direitos e explorada. Sei que é assim que o capitalismo deseja. A Europa de Bruxelas. e a tal por onde se entra para a Europa, para não perder terreno vai pelo mesmo caminho. E andou este senhor por onde andou. Ena tanto caminho para aqui chegar.

 

NOTA: Não há links para as respectivas frases, não faço publicidade, adianto contudo que quem visitar o Twitter-fantasma do Professor Doutor Vital Moreira, pode ler ali estas frases.

 

Lugres bacalhoeiros, entre finais do século XIX e inícios do séc. XX,  na Figueira da Foz.

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