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PROSAS VADIAS

PROSAS VADIAS

27.Abr.09

Deixem soprar o vento

Foto

A crise basculou (como aqui se afirma) a esquerda islandesa ao poder. Em Portugal, os agora chamados partidos estruturantes, charneira desse "centrão" sem eira nem beira em que temos embarcado como nautas em busca do nada, já entenderam a necessidade de entendimento, justificando que o país se podia tornar ingovernável. O próprio presidente, de direita e conservador (não sou eu que o afirmo, embora não ande muito longe de tal) com a sua habitual sageza, embora seca e distante, lá vai avisando para um tal tornado. Sabiamente antecipa. Os partidos que nos governaram nos últimos 35 anos, únicos responsáveis do estado da coisa pública também já o entenderam. O voto, seja ainda esta nossa democracia simplesmente de voto, poderá inverter esta habitualidade rotineira, esta alternância conveniente para alguns. Responsabilizando os partidos estruturantes do poder pelo estado da questão interna, que não se resume apenas e só aos efeitos da crise externa. Embora a enormidade do desafio, tanto para eleitores, incapazes ainda de tentar a mudança e inovar, como para os partidos de esquerda, incapazes ainda de promover pontes de convergência. A ver vamos como diz o outro.

25.Abr.09

spin doctors

Percebendo que nos tradicionais meios de informação independentes o discurso do poder está em permanente e constante fiscalização, percebendo igualmente que a internet pode funcionar como um local de contrapoder, onde as palavras do poder tem pouca penetração, eis que a inovação, no sentido de ocupar um espaço ainda pouco utilizado chegou. Embora atrasados, chegaram. Os spin doctors aconselham. Normalmente pode ser usado como um contra-ataque normalmente subtil, sempre subtil, a movimentos e cidadãos que perceberam rapidamente o poder da informação veiculada por este meio. Já aconteceu noutros países. A haver excepção, por cá, à que estar atento aos vigilantes que vigiam. Os motores de busca já começaram a trabalhar.

24.Abr.09

Viva o poder local

 

 

Ponham lá o porco no espeto, que a mim propriamente tanto me faz. Nem gosto propriamente de porco no espeto. Mas tenho respeito pela liberdade. E se a liberdade de hoje fosse igual à do "botas" imaginem colocar no largo o nome de um antifascista e viam como elas vos mordiam. É que liberdade rima com responsabilidade. A mim parece-me.

21.Abr.09

Nós por cá... todos bem

 

 

Não consigo entender muito bem como funciona o jornalismo de investigação no New York Times. Explicando-me melhor não percebo como é que se consegue descobrir um escândalo sexual que envolve um governador em Nova Iorque, nem como se desmascaram velhos e sábios generais que se prestaram a defender as políticas do petrodólar no Iraque, nem como uma jornalista americana consegue entrever o número demasiado alto de mortes entre os operários da construção civil em Las Vegas. Deve ter sido através de premonição. De certeza. Telepatia. Só pode. Entretanto por cá ninguém pode investigar de pé descalço para cima ou então uns quantos Vale e Azevedos, ou coisa parecida, para mostrar na arena ao povoléu vociferante. De resto é imiscuir-se na vida privada de um político. Afinal o que é a vida privada de um político? Que limites deve ter um político à sua privacidade? Onde pode parar a Democracia se não for possível investigar? Na América não deve ser fácil, por cá parece ser proíbido.

20.Abr.09

desmemoriar - eis a questão.

 

Desmemoriar é palavra adequada aos tempos que correm. Se em França retiram o cachimbo a Monsieur Hulot (um gesto que na vacuidade pode ser olhado como um tremendo golpe publicitário, embora não seja isso que está em causa, pois a ordem de retirar o cachimbo à figura eternizada por Jacques Tati tem outras leituras, entre elas a noção de censura), por cá fazem de conta que não se passa nada. Rimos cada vez mais destes higienistas mentecaptos e ideológicos, optimistas chocalheiros e alarves que povoam estes dias. Através deles o riso solta-se e preenche a vida. De resto essa será a sua função. Embora o nosso riso não seja deles que se ri, mas do que eles representam. Olhar o conteúdo deste filme de  Fernando Léon de Aranoa, já velhinho, de 2002, é uma acto salutar que, pelas questões que aflora, é uma boa razão para observar o tempo que atravessamos e os alarves que poluem o quotidiano.

17.Abr.09

O Van zeller e a sesta (conto infantil)

Ouvi o van-zeller (atenção ao traço, leva traço, sem traço é ignominia)  vociferar cobras e lagartas sobre a Dinamarca. Bem, não era bem sobre o reino da Dinamarca era mais sobre esses preguiçosos e insuportáveis trabalhadores portugueses. Por outras palavras essa ralé de pé descalços. Que gente fina é uma outra coisa.  A flexisegurança dele já sabemos qual é. Mas o van-zeller passa e a sesta há-de chegar. Pois então.

15.Abr.09

Afinal a canção ainda é uma arma?

 

A seguir  teremos  o  "processozinho" da praxe? Ou assistimos à lavagem da imagem e acabam por deixar o povo divertir-se. A banda joga ideológicamente num momento a isso propenso, se por  um lado revitaliza a longa carreira, por outro expressa, numa linguagem rock (nua e crua),  o que se sussurra pelas ruas.

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