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Studio Hajo
O marxismo é filosofia materialista, de cunho científico, um pensamento que os intelectuais "pós" consideram com tendência para aportar a uma visão única. Bem me parecia que o decrépito marxismo teria que ser ressuscitado (bem ele nunca morreu) para fazer algumas releituras do decurso da terceira fase do capitalismo. Embora muitos recusem essa possibilidade prática. Demonstram por A plus B que a História de 1929 se repete. Crise cíclica chamam-lhe. O materialismo marxista, dizem, é muito redutivo. E apontam para a ex-URSS. Bem, no ponto em que as coisas se encontram, o materialismo capitalista não é mesmo nada redutivo, tornou-se simplesmente abjecto. Até Joe Berardo pensa em mandar prender os banqueiros. Dai que nem eles saibam muito bem para onde apontar. Ora, considerando muitos que nenhum, pelo menos esse, caminho era até à pouco possível, apraz-me observar o contorcionismo ideológico que me rodeia. Um dos ginastas, candidato da actual direcção do partido no poder, ao parlamento europeu, preconiza, para contrabalançar o actual estado da questão, o retorno à social-democracia. O verdadeiro e possível socialismo de Estado. O que não descamba para os totalitarismos sociais. O que gere a economia de mercado de forma a ela descambar tal como na actualidade. Bem visto. Eis, à falta de melhor, a nova capa dos ex-neo-liberais. Vindo de um ex-social-fascista (um "mimo" habitual trocado entre as esquerdas) não seria de esperar outra coisa. A cultura popular de massas criou, para o efeito, uma frase redutora para explicar este facto : "com bolos se enganam tolos".