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PROSAS VADIAS

PROSAS VADIAS

15.Fev.09

O meu mundo aquático

 

Cá, contam-se pelos dedos de uma mão as mulheres estivadoras. Os portos portugueses são uma espécie de última fronteira. Trabalho pesado. Não para que fique florido, nem essas coisas, simplesmente para que fique mais humano. De resto está lá quase tudo. Trabalho de pais para filhos. É bela a reportagem de Fátima Rolo Duarte, "Estivadoras/Estivadores" (basta ir clicando em anterior, no fim do texto, e a viagem prossegue). Passei os últimos 23 anos num porto, um dos mais antigos do país, aquele ali acima, algo que faz toda a diferença quando olhamos aquelas imagens e lemos aqueles textos. Barcelona, Valência, Lisboa: um trabalho sem capacete.

15.Fev.09

O Medo

andam por aí a falar do medo. Dos medos. Temo que alguns sejam apenas pequenas fobias pessoais. Encontrei uma reflexão sobre o medo, embora pense que democracia nunca significou, por si só, o fim do medo, e que afirma simplesmente a que quem tem medo, que fale. Os pequenos e grandes tiranetes aparecem porque o medo se torna maior que a pessoa. Diz o povo quem tem buraco no fundo das costas, tem medo. Mas tal não é sinónimo de medo, é antes vergonha de ter esse buraco no fim das costas. Pior que o medo é essa vergonha de transportar o medo. Depois damos a cara e, quando olhamos para trás os merdosos, por medo, já lá não estão. Fugiram. Com medo. Mas de tantas vezes acontecer pode ser que um dia, ao olharmos para trás, ainda lá estejam todos. Nesse dia perderemos todos o medo.