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PROSAS VADIAS

PROSAS VADIAS

27.Fev.09

chiqueza e espertice

 

Em época de carnaval os parvinhos, que escrevem em blogues, não os intelectuais, alfacinhas, que gostariam de ser os únicos a poder escrever em blogues, resolveram "malhar" (como eu gosto desta expressão) numa atitude carnavalesca acontecida em Braga. Andam por ai alguns chiques espertos que se escandalizaram pelos parvinhos terem brincado ao carnaval à sua maneira, como bem lhes apeteceu, com a referida situação. Célebre jornalista (quiçá naturalista), vem juntar-se à festa malhando contra a falta de interesse dos parvinhos da blogoesfera sobre  Elson Sanches. Claro que estamos à espera dos relatórios, da posição final da Polícia, para se aquilatar sobre o caso. E se quiser até podemos transformar isto numa Grécia se essa for a nossa vontade. Mas não. Estamos à espera. Compreende, neste país, estamos sentados à espera que a justiça funcione neste caso e noutros, minha senhora. Depois falaremos. A similitude entre as duas situações é forçada por si. O seu artigo é o quê? Um libelo contra a polícia ou contra os parvinhos da blogoesfera? Contra a justiça? É que a situação de Elson Sanches, não tem nada que ver com o Carnaval de Braga. Está pois enganada. Somos parvinhos, mas não tolinhos. É bem mais grave. Muito grave mesmo. Mas entretanto concedamos à instituição polícial portuguesa a oportunidade de dizer a verdade e só a verdade. E aos senhores jornalistas a oportunidade de desvendar essa verdade. É essa a razão da vossa existência. Se ela não existir, (a verdade e a razão da vossa existência) então estamos muito bem entregues. Ou tramados. O caso de Braga era uma brincadeira de carnaval , onde apareceu a PSP, ou não entendeu? 

Foto

26.Fev.09

Mudam-se os tempos, mas as vontades são as mesmas

 

Mudaram as tecnologias, os tempos, os nomes dos personagens, embora alguns possuam linhagem nos corredores do poder, seja no de hoje ou no de há cem anos, naquele tempo era o tetravó de fulano de tal que era corregedor ou qualquer coisa parecida. São as elites estúpidos. Mas o que não muda muito são as fórmulas, readaptada ali, ratadas acolá, de que Portugal é o primeiro país do mundo nisto e naquilo. Como que afagando o ego à identidade. Nacionalismos serôdios, diria o tio Pardal. A função Primária está lá toda no "computadorzinho" actual e na ardósia do Estado Novo. As diferenças, bem é tentar descobri-las. Dou uma pista: Quem foi Magalhães?  Herói-navegador da ideologia do Estado Novo, embora a viagem que o coloca  nos factos históricos tenha sido realizada a expensas do Estado Espanhol. Mas o facto relevante para a historiografia do Estado Novo é que Fernão de Magalhães era português, o facto de realizar a circum-navegação ao serviço de Espanha, não interessava nada. O resultado para muitos portugueses é que hoje aparenta que a viagem que circundou o planeta, iniciada por Magalhães e terminada por Juan Sebastián Elcano, é feito atribuído às nossas navegações. O único país do mundo...tal como nos tentam vender a ideia do "computadorzinho", que serve para escamotear outras questões, que alguns ideólogos encartados, e de vistas muito curtas, consideram menores e indignas de serem discutidas no areópago da democracia.

23.Fev.09

nota impávida

A época faz-me cócegas. Dou por mim a olhar embasbacado para o televisor que mostra velhos mascarados dançando sozinhos ou aos pares nos tristes depósitos onde se tornou hábito coloca-los. Fazem de conta que estão felizes. Uns sim, outros não. E riem. E choram às escondidas. Paro o carro para observar as futuras gerações incentivadas a virem para as ruas das vilas e aldeias deste país a fazerem de conta que estão mascaradas de papel reciclado. Umas são latas de compota, outras parecidas a caixotes de lixo. Há de tudo e para todos os gostos. A Ana contou-me uma, que ouviu de passagem, entre dois miúdos. Um perguntava que mascara era aquela que o outro usava. O outro respondeu que era de pintor. O outro perguntou porque é que ele estava mascarado de pintor se nem sabia pintar. Ora toma.

Foto: Máscara de origem maya em cerâmica.

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