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Pensando bem, depois de muito pensar, não daria um cêntimo que seja aos banqueiros sem utilizar o mesmo sistema que eles utilizam. E ponto final. Acabar com os pára-quedas dourados seria algo muito original. Muitos pensam que lá estamos nós a barafustar contra o que sempre existiu e sempre existirá: paraísos fiscais, turismo sexual (ups, desculpem queria escrever tropical, equatorial, por aí) champanhe, caviar (para que serve o caviar? Oh, minha besta! para fazer patchwork. Irra que és demais). Escrevia VPV ($) que lá estamos - os mesmos de sempre (referia-se a Saramago) - a vociferar com as festas do Patiño, (ena quando é que isso já foi!) etc., etc., dos pôr-do-sol na Cote D'Azur etc., etc., e tal. Olhe que não VPV, o que desejamos é muito simples e resumido dá em pouco e é assim: ninguém se deve pensar enquanto detentor do direito de viver como deuses se não passam de escroques. O meu avô Freitas dizia muitas vezes (ele que era fidalgo, por ser filho d'algo, provavelmente bastardo, que eles tinham muitos) que nunca vira ninguém a enriquecer apenas e só através do trabalho. No mínimo, o trabalho, nem que seja por conta própria (honestamente, claro), hoje dá para sobreviver resvés ali ao Campo de Ourique. E chega, quer dizer por hoje, chega. Amanhã voltamos. No fundo é isto que me preocupa. Quero lá saber dos cinco meses, dos tão amigos que nós éramos e não conseguimos ser civilizados, ou das tesouras que, de repente (teria sido?) resolveram começar a cortar no casaco umas das outras. Isso são trocos. Cêntimos que não dou nem a esses, nem aos outros.
($) Pois, exacto, isso mesmo refiro Vasco Pulido Valente, na última crónica do jornal onde escreve. Na volta do correio segue a oferta ao terceiro que tenha acertado. Nem cito jornal, nem linco, nem interessa. Quero lá saber. O homem escreveu e eu discordo. E não comprei o jornal, achei-o na rua. Ainda existe gente boa. Obrigado.