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PROSAS VADIAS

PROSAS VADIAS

10.Out.08

A ex-Praça Machado de Assis

 

Costumo saber os nomes das ruas, dos becos, das praças por onde me movimento na cidade. Quase sempre, por vezes lá falha uma ou outra menos quotidiana, por onde passo mais apressadamente, que é como quem diz mais raramente. Acontece-me.  Acontece também muitas vezes aos habitantes da cidade quando um "estrangeiro" lhes pergunta por determinada rua tal ficarem parecidos com baratas tontas. Na maioria das vezes, por desconhecerem os nomes das ruas por onde andam, vai de informarem os visitantes perdidos que ainda estão mais perdidos que eles e pedem-lhes que se dirijam ao policia ou ao taxista mais próximo, as vitimas circunstanciais nestes desconhecimentos. São coisas que acontecem. De tanto andarmos não damos conta. Acontece. Por distracção, por azáfama, pela vertigem urbana. Por desconhecermos minudências. Mas tudo isto a propósito de ter dado conta que a cidade onde habito, tem o grato prazer de mudar os nomes das ruas a seu bel-prazer. A toponímia da cidade muda e nessas mudanças, algumas deixam entrever muito do analfabetismo que grassa numa cidade dita de cultura. Tudo isto no ano em que Machado de Assis é comemorado um pouco por toda a parte (via Português em Rennes). Não compreendo  nem a rapidez, nem o momento,  a oportunidade, nem a necessidade pela qual a Praça Machado de Assis, lá em cima em Celas, mudou de dono. A mim não me parece que houvesse necessidade. Provavelmente ao actual dono também não. Precisamente no ano em que se comemora o centenário do escritor. Não posso mudar o facto. Mas posso preencher o  vazio com literatura. É que não faz mal nenhum, bem pelo contrário.

Foto pescada aqui