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PROSAS VADIAS

PROSAS VADIAS

31.Out.08

porquinhos cor-de-rosa

 

 

Dizia a minha avó que "é no poupar que está o ganho". Estes ditados populares que a avó utilizava a "torto e a direito" e por "dá cá aquela palha" para além de, em plena crise me fazerem recordar a  figura daquela mulher, reavivaram algumas das suas recomendações suas acerca do dinheiro.Ao rever, nas fotos antigas, aquela figura franzina, de olhar penetrante, permanentemente vestida de negro, analfabeta, perdida na grande cidade, para onde a enorme "catrefa" de filhos a obrigara a emigrar, fugindo à dura sobrevivência campesina dos socalcos do Douro. Sobre algumas considerações considerações que lhe ouvi sobre o dinheiro retive duas ou três. Coisa de pouca monta, mas importante. A primeira foi a de que pelo dinheiro homens e mulheres se transformavam em escravos, outra foi que a sua existência permitia que os seres humanos se alimentassem, vestissem ou se divertissem de acordo com a quantidade que possuíam e, por último, afirmava ela, servia para gastar. Assim (embora mal) aprendi que servia quase só para suster necessidades demasiado básicas. Hoje sobre a nomenclatura do dinheiro sei mais algumas coisas. No entanto, e é isso que aqui me traz, a minha avó, que criara uma resma de filhos entre os anos 20 e 40 do século passado, dizia que o racionamento, imposto pelas potencias aliadas ao regime português, durante a II Grande Guerra, fora a época mais feliz (pelo menos na sua bitola) da sua vida. Havia criado e alimentado (mal, segundo os cânones actuais) os seus filhos durante uma época na qual o racionamento dos bens alimentares foi a regra vivida pela grande maioria da população portuguesa. Hoje folheei estas memórias ao mesmo tempo que folheava alguma da imprensa diária onde deparava a cada passo com múltiplos apelos e divulgação de técnicas sobre como poupar (penso que dinheiro). Perguntava-me que receitas seriam aquelas e a quem se dirigiam. Receitas de como esticar o inexistente. Imageticamente fui confrontado com aqueles ratos que fazem andar persistentemente a roda da gaiola sem nunca saírem do mesmo lugar. A imprensa, de forma genérica, deveria ter projectado estas preocupações e conselhos sobre poupança no decurso  de um hipotético tempo de "vacas gordas", embora acredite que ninguém teria ligado, seria uma atitude mais coerente. A caricatura que me sobreveio sobre esta azáfama em propalar estas supostas fórmulas mágicas de fazer render o que não existe foi aquela estafada ideia de aproveitar a crise para de qualquer forma sacar uns níqueis a incautos leitores e assim aumentar o pecúlio próprio. Entretanto passei por mais um anúncio, este bancário, que oferece empréstimos para compra de casa. Confuso? Quem? Eu, até gosto da crise. Assim, como a minha avó, eu penso que estes são tempos felizes. Confusos, mas felizes.

29.Out.08

Tenho de acordar às SEIS HORAS da Manhã. Não é justo.

Motivos imponderáveis, visto este blogue se regular por leis de mercado, facto que o coloca no olho da globalização, este espaço, a quem nem os seus autores conseguem chamar blogue, encontra-se em paragem relativamente técnica. As inerentes descidas das taxas de juro acabaram por levar o actual Conselho de Direcção (como estão senhores Doutores) a tomar medidas drásticas que tiveram por base o inusitado aumento do salário mínimo nacional. Não podendo aqui a nossa fábriqueta, sim porque isto é uma pequena indústria e não um blogue considerado entre os 99% execráveis que poluem a restante e excelsa blogoesfera portuguesa, a laborar em erros sucessivos e constantes percas de valor nos nossos bolsos. Em virtude dos factos conhecidos, e até à hora do fecho deste bloco noticioso, o Prosas pediu imediatamente para que fosse colocado no quadro da Mobilidade Especial. Neste momento encontra-se a caminho do Alasca a fim de conhecer a Dr. Palie, a sua mais recente consultora para assuntos externos, a fim de tomar as devidas providências quanto ao seu futuro. O Vadias, esse execrável malandro búdico, entrou em greve, por tempo indeterminado, devido à Soflusa, mas também por ter tido conhecimento que os políticos de Coimbra acabaram por dar a machada final no Choupal tendo decretado que este nobre espaço seja sobrevoado por uma ponte que ligará, em futuro próximo,  as margens norte e sul do Bazófias. Assim sendo despedem-se até às próximas eleições ou até ter sido decretada por José Barroso o fim da crise nos mercados de capitais e afins. Agradecemos a Vossa infinita paciência por terdes acompanhado esta parada de banalidades até aqui. Fica no entanto a promessa, caso a Administração consiga reunir os fundos necessários (em dinheiro vivo, of curse), de que voltaremos a tempo de comentar a  chegada dos reis magos ainda antes do Natal. No entanto fiquem a saber que em termos de política internacional apoiávamos o socialista Abana, até ontem. Amanhã não sabemos se continuará a haver conquilhas. Um Abraço extensivo e cordial a toda a blogoesfera tradicional.

27.Out.08

No século passado havia cinema

 

Cartaz. Espanha.1958.

Poderia tentar escrever sobre a interpretação de um dos mitos do cinema americano:Spencer Tracy. A luta e a tenacidade necessárias para conseguir sobreviver de forma digna estão condensadas na personagem a que dá vida. Eis o que posso adiantar, assim de repente.

25.Out.08

1958-2008

Embora possa parecer antiquada a letra desta canção de Brel ainda expressa tudo ou quase tudo o que penso e sinto. Embora em nosso redor observe o contrário. De que serve viver se não nos entregamos. Não poderia ser de outra forma para a minha Ana, Mulher, Amante, Amiga e Confidente. Para ti, ser maravilhoso. Que a barca dos amantes aporte sempre onde nos apetecer, quando nos apetecer.  

25.Out.08

Memórias Coimbrãs

 

 

Encontrada na Biblioteca de Arte da Fundação Calouste-Gulbenkian. A legenda colocada pode induzir em erro. A fotografia do Estúdio Mário Novais (1933-1983) reporta a delegação situada em Coimbra na Rua Visconde da Luz e não em Lisboa. Embora não estando datada provávelmente a fotografia pode ser enquadrada entre finais dos anos Cinquenta e meados dos anos Sessenta do século passado. No edifício do Instituto Pasteur de Lisboa, em Coimbra,  ainda existente, pode ser observado o beiral que encima o primeiro andar e respectiva janela oval, o recorte que encima a entrada do edifício, o que sobra das janelas em madeira no terceiro andar e os azulejos que recortam zona as janelas do último andar.

24.Out.08

Uma piada sobre gatos assados

Aparentemente parece que a Igreja (neste caso, a Católica) nutre algum ódio de estimação por certos animais. O exemplo da arca de Noé nunca terá sido até agora muito considerado, embora as pombas tenham de certo modo escapado, não se dê o caso de os sistemas electrónicos em redor das nossas igrejas matarem algumas. A defesa do património impôs-se e bem. Entre pato (com laranja) e gatos eles não parecem fazer grande distinção. Embora perdizes, codornizes, e outras iguarias, mais refinadas, constarem dos cardápios mais elaborados. Nem só da palavra vive o homem. O peso histórico da Igreja (neste caso, a Católica) derruba a possibilidade de existência de sentido de humor nos outros. Ouvi alguém referir-se a semelhanças com as caricaturas de Maomé. Parece que não gostaram muito da utilização das formas ritualistas. Que tiveram quanto a nós um mérito (que alguns deles defendem); não foram ditas em latim. Se o tivessem feito uma grande maioria não perceberia o humor dito, mas entenderia o subentendido do humor. Que diabo, andãrão os acólitos do catolicismo deprimidos? Aconselhariamos umas hóstias de bom senso. As vacas, por exemplo, são sagradas em alguns pontos do globo e, mesmo aí, andam demasiado magras por falta de hormonas de crescimento rápido. Ontem, por mero acaso, na Rádio Renascença, a transmissão quotidiana da missa pareceu-me que teria sido parcialmente oficiada por crianças ou adolescentes. O humor que não se pode fazer a partir de uma missa extrapola o que se possa dizer. Da vida brota humor e amor, caríssimos irmãos, embora só irmãos em Cristo. Sendo a vida de origem divina como se pode querer tirar sete vidas a quatro gatos que precisam de audiências como de pão para a boca. Estarão no direito de se sentirem ridicularizados pela utilização da simbologia católica, penso, contudo, que os visados serão outros. Dai a pretensa ofensa só tomar proporção quando os humoristas católicos apostólicos romanos tomaram esta posição. Parece que uma parte, não negligenciável, da Igreja Católica, concorda com a sentença de morte decretada ao autor das caricaturas de Maomé. Parte do catolicismo retrógrado abana a cabeça, a dizer que sim. Que é isso que eles pensam. Que deveriam ser ateadas as fogueiras da intolerância. As piadas que eles devem congeminar com fogueiras e gatos a arder.

 

24.Out.08

Uma ALDEIA que de forma olímpica comemora o aniversário

Os blogues acabaram por transportar para a vida cibernética o ritual natalício. A coisa pegou de estaca e não existe "blogger" que se preze (o prosas incluído) que ao finalizar mais um ano de tão árdua tarefa não coloque na data de aniversário o seu "post-it", no qual uns incluem borbulhantes garrafas de champanhes, outros, agonizantes, ao fim de mais um ano de horas e horas passadas em frente do écran, lá colocam o seu cólofon, sublinhando a árdua tarefa. Cada um celebra como sabe e pode. Normalmente a caixa de comentários associada ao blogue (quando ela existe) serve para que os amigos, alguns inimigos, conhecidos ou desconhecidos depositarem os habituais votos que acompanham o estranho ritual. Resolvi mudar um pouco a coisa e, de forma simbólica, enviar ao meu amigo Alexandre Campos e à sua Aldeia Olímpica,  a prenda conrrespondente  ao aniversário em causa e,  em vez dos lacónicos parabéns, segue a mesma embrulhada nestes "cromos" do Desporto de um outro tempo que, atente-se, até eram patrocinados por uma marca de cigarros. Ena, ena, como mudaram os tempos. 

 

Olimpicamente sacadas por aqui

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