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PROSAS VADIAS

PROSAS VADIAS

11.Set.08

AVISO

 

As prosas vadias

declinam qualquer responsabilidade 

no dia 11 de Setembro sobre qualquer efeméride, conclusão ou mudança verificadas ou a verificar.

A única efeméride aqui é dedicada apenas às vitimas.

11.Set.08

Carne para canhão

 

Eis o que somos ou no que nos transformamos. Foi no ano de 1846, que o desfecho da revolta popular da Maria da Fonte (figura mitificada, controversa entre os eruditos, cuja proveniência é ainda hoje desconhecida, embora seja dado certo que foi com essa designação que ficou conhecida a sublevação popular iniciada em Maio desse ano no Minho) seria oportunamente apropriada e controlada por franjas da burguesia liberal (designados por Setembristas) opositores de qualquer projecto de índole ditatorial, então muito em voga. Na época, as massas populares (actualmente designadas por pobres, funcionários públicos, trabalhadores pouco qualificados, etc.) deram o corpo ao manifesto, que é como quem diz, serviram de carne para canhão. Desta forma, e mais uma vez se gorou qualquer projecto de índole democrática em Portugal. Os Setembristas, há falta de melhor argumento, foram escolhidos como destaque junto dos mais distraídos para lembrar que nos encontramos no mês de Setembro. Convém, igualmente, recordar que se passaram entretanto 162 anos sobre os factos aqui evocados de forma breve. Não apareça por aí alguém a pensar que a Maria da Fonte é um acontecimento contemporâneo. Convém relembrar que não. É que a notória falta de conhecimento e o entorpecimento em que vegetamos, pode dar azo a que se pense que isto pode ser mais uma queer-party ou algo semelhante a realizar nos próximos dias. Não é. Em jeito de conclusão poder-se-á adiantar que a nossa burguesia liberal ontem, como hoje, não resolve absolutamente nada. Mas se fosse só isso. É que ainda serve para atrapalhar. Salvaram-se as Memórias do Padre Casimiro, o que valha a verdade já não foi mau. Embora o Camilo (sim, o Castelo Branco. Não, não é esse) tenha tentado desacredita-las. Mais uma forma de ganhar uns cobres.