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PROSAS VADIAS

PROSAS VADIAS

17.Ago.08

Cinema para veraneantes enregelados e pensadores de baixo calibre

Antes ir ao cinema que andar por aí a ler considerações conservadoras sobre os trabalhadores da construção civil. País onde grande parte dos licenciados moureja em ofícios deste calibre e outros confesso que não entendo porque existe gente de tão fino calibre e considerações tão patetas e cujos os engenheiros civis, esses sim, deixam muito a desejar face ao nível expresso por ex-trabalhadores da construção civil como Francis Obikuelu. Vamos antes ao cinema. A proposta é simples e diz respeito a um dos favoritos cá da casa, Jean Vigo e o seu L'Atalante, de 1934.  Antes no "escurinho do cinema, chupando "drops" de aniz", como canta a Rita Lee, que ler disparates deste calibre. Apaguem as luzes, se faz favor.

 

15.Ago.08

Se existem

vadios quase perfeitos um deles é português e dá pelo nome de Wenceslau de Moraes. De repente a tal blogosfera, mui deprezada por alguns dos nossos comentadores televisivos, teve nova re-erupção de bom gosto e de excelência, simples e recatada como acontece com os grandes acontecimentos: o assomar de actividade no Blogue da Rua Nove. A "silly" virtual por vezes traz consigo alguns momentos deslumbrantes.

15.Ago.08

Anatomia do Verão Figueirense

 

Chamada de atenção merece este título encontrado em A Terceira Noite. Na realidade foram os espanhóis da Meseta Central a primeira grande massa de estrangeiros a descobrir a costa litoral portuguesa. Deles surgem registos na história do turismo figueirense logo em finais  do século XIX , quando, pela via férrea, começam chegar e a marcar indelevelmente o Verão figueirense. O registo colocado por Rui Bebiano, no seu blogue, soa a espécie de certidão de óbito dessa outrora numerosa e marca identificadora do mês de Agosto no litoral figueirense e no Bairro Novo. Talvez últimos descendentes da fúria espanhola que se apoderava do Picadeiro e zonas adjacentes até inícios da Guerra de Espanha, em 1932 e agora fortemente critica do estado actual do turismo figueirense. Talvez impulsionados pelas memórias familiares, últimos representantes dessa imensa massa de turistas espanhóis que desde os alvores do século XX tornaram a Figueira da Foz numa das zonas com maior afluência de estrangeiros e lhe forneciam uma das suas características peculiares. Fica assim ao correr da "silly season" o lastimável estado a que chegou uma das mais antigas zona de veraneio nacional. Nos comentários ao "post" encontrei igualmente uma reflexão que merece algumas palavras, estas sobre as condições do  actual "turismo de massas" espanhol, com  a referência a Torremolinos. São situações que convém analisar do ponto de vista histórico e, neste caso, estas são estruturalmente diferentes. Passo a tentar explicar o ponto de vista: Figueira da Foz e Torremolinos resultam de processos que, embora se aproximem, porque resultam desse processo capilar de disseminação das práticas elitistas de vilegiatura, separa-as o tempo. Existência que resulta, a um nível de análise mais profundo, de diversas diferenças de facto, residindo a principal, no processo de criação de um local de vilegiatura, que no caso figueirense se reporta a meados do século XIX, o que não sucede com Torremolinos. O problema está na perca das marcas identitárias, no caso figueirense, desse passado e na sua "torremolinização" actual, facto que a paulatina transformação já não em local com fortes tradições no veraneio nacional, mas em mais um local para a sua prática. Apenas e só mais um. A destruição dessa memória, a que estes espanhóis de certo modo apelam, é um dos factos mais relevantes para o desaparecimento da Figueira da Foz enquanto local emblemático da vilegiatura portuguesa. Ao escolher embarcar na mercantilização do ócio assistiu-se, na Figueira da Foz, embora a pecha não seja exclusivo seu,  ao longo das últimas décadas do século XX, à perca desse "ar do tempo", cuja claridade lhe fornecia uma das suas diferenças entre as demais.

 

Foto : denominado Galo de três patas da mais célebre barrista portuguesa: Rosa Ramalho.

 

 

13.Ago.08

Metereologias interiores

Não sei bem porquê mas a barra lateral resolveu ontem passar para a posição inferior do blogue. Estando Agosto solarengo e convidativo para descer à parte sul deste rectangulo (parece que é hábito ancestral do povo português ir para o Allgarve em Agosto e para as termas em Setembro! Onde é que eu li isto? É uma conclusão interessante, sem dúvida) não me vou preocupar com o assunto. Estou demasiado ensimesmado com outros assuntos para me preocupar com as mudanças de hierarquia aqui verificadas. Prometo solenemente chatear o pessoal do sapo blogues lá para o fim do mês, se assunto for demasiado premente. Fica combinado. Entretanto resta-me descansar desta monocórdica vida de bloguista prometendo-me continuar a vadiar através do monóculo embaciado pelo orvalho matinal deste delicioso mês de Agosto, agora na posição de observador. Estou muito desconfiado das técnicas chinesas de manipulação da metereologia. It's all folk's and Sousa Tavares.

11.Ago.08

incapacidade russa em entender a subtileza

 

Ainda não descobrimos quem são estes e já estamos a fabricar mais. Depois dos acontecimentos na Ossétia do Norte em Setembro de 2004 a região mantém a estabilidade politica a níveis impróprios para consumo humano. Se concordamos que a criação de estados através do recurso à guerra de independência devia ser adiada dez anos por cada morto que provoque, a expansão devia ser literalmente sancionada com o fim desse mesmo estado.

09.Ago.08

Suplício de tempos modernos

Ficar sem carro por avaria mecânica é o horror dos tempos modernos. Quem nunca passou por tal levante o dedo. Digam o que disserem os ecologistas, os defensores da bicicleta, como meio de locomoção, os governantes. Diga o que disser seja lá quem for.  O carro veio para ficar, a sua democratização é comparada hoje com a antiga posse de mera carroça e seu paciente burrico. Que o digam os revendedores de automóveis, que desta vez passaram marcas de bom senso com este mero ser humano e o seu veículo de transporte pessoal. A única marca de bom senso que conheço em automóveis chama-se Porsche. Ora como não é de um tal que se trata irão ter-me  à perna nos próximos tempos. Estou farto destes senhores doutores de automóveis que não percebem nada de mecânica antes exímios em conversa, para vender automóveis e não em consideração pelo consumidor final. De contratos de letras miudinhas e cláusulas abusivas começamos a estar fartos. Livrai-vos da ira de cidadão anónimo cuja a propriedade é posta em causa, por vós. Livrai-vos porque começou ontem e vai até o fim. Para satisfação do cliente cumpridor e desgraça do vendedor que não quer cumprir a parte que lhe toca nas letras miudinhas. Nunca se metam com vadios. Estão devidamente avisados. Ontem até fui de táxi para casa, quem pagou? Quem foi? O concessionário vendedor.  Para começar. Vem aí tempos difíceis para ambos. Para mim e para o concessionário. Quero lá saber dos jogos olímpicos. Apenas verei os paralímpicos, os únicos onde ninguém se droga para obter resultados. De certeza absoluta. Eu que nem sou muito dado  a certezas. Tenho uma. A de que as drogas chinesas são milenares.

06.Ago.08

6 horas da manhã

Lamento e, a ter que acordar a tão matinal hora, prefiro não me esforçar muito. Apenas por hoje. Amanhã é outro dia. E nunca se sabe. Até as prosas se tornam preguiçosas quando olham para o ponteiro do despertador. Mas sinceramente lamento não ter capacidade para escrever seja o que for sobre o que for com um horário destes. Até isto já me pareceu um enorme suplicio. Até amanhã blogue. Mas isto de condenar qualquer golpe de Estado que nos aparece pela frente é um perfeito desperdício. Imaginem o que aconteceria ao "nosso" 25. Fiquei sem perceber onde é que começa a democracia. Pergunto-me se na não aceitação da possibilidade de golpe de Estado,  se na impossibilidade de golpear um governo democraticamente eleito. Quem decide. Os outros ou eles?  Bem, irei dormir sobre o assunto mauritano e já agora no Saraui também. Cá por coisas. Elas, as coisas, são geograficamente muito próximas. E  quem condena um condena os outros também, neste caso democráticamente ao esquecimento. Fiquei democraticamente sem entender esta geografia das condenações. Mas é assunto para amanhã. Vamos ter de acordar às seis da manhã. É tão duro como condenar um qualquer golpe de estado contra esta democracia.

05.Ago.08

Alexandre Soljenitsin

"Quando privais alguém de tudo, ele deixa de estar sobre o vosso poder. Ele volta inteiramente a ser livre."

 

"O Primeiro Círculo" (1968)

 

No dia em que descobri a palavra "Gulag" descobri a ignominia, a história dos amanhãs que cantam passou a fazer parte das escatologias abomináveis.

03.Ago.08

Da medievalização do trabalho no século XXI

 

Com o assunto neste ponto, a "all estupidificação" dos portuguesitos que resolveram esticar a toalhita durante meia dúzia de dias ao sul, que isto já não dá para mais. Dizem eles. Eis a nossa proposta para piada da próxima semana. Em assim sendo, fica prometida igualmente a possibilidade de ausência do trabalho sem passar "peva" a ninguém. Nem ao patrãozinho. Pode ser?   Fica ela por ela, assim vai-se lá quando apetece, ganha-se uns "tustus" por fora, em horário de hipermercado. Dorme-se até apetecer. Vai-se ao trabalho lá para quinta feira e recebe-se em géneros. Não precisamos daquilo a que agora chamam  "em espécie".  Por exemplo se o patrão vender automóveis, ganha-se em automóveis. Se o patrão for dono duma rede de mercearias ganha-se em pacotes de açúcar, farinha etc. , etc. Tudo em pacotes. Se o patrão for poltrão a pagar impostos o trabalhador deixa de pagar impostos. Alto e para o baile, isso é que não! Continuem a pagar os vossos impostos que isto ainda não é "da Joana". O patronato paga como pode, vocês pagam quando devem. E por ai fora. Ad Eternum. Não sei porquê mas estes polichinelos são uma fecunda bolsa de parvoíces. Porque será?

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