Nem fria nem gelada, apenas morna.
O recente acordo entre a Polónia de Donald Tusk, reconhecido como de direita civilizada, como se tal fosse possível numa Polónia marcada pela influência do Vaticano e os EUA , cuja finalidade implicou a instalação do sistema anti-missíl na Polónia, acordo que encontrou forte oposição entre a opinião pública polaca, surge, após a guerra-relâmpago na Geórgia e a unilateral declaração de independência de duas províncias da Geórgia (Ossétia do Sul e Abkházia), como plenamente justificado. A "mediática guerra" como muita da imprensa internacional apelida o recente conflito entre russos e georgianos, caiu como "sopa no mel" para os americanos e o seu muito particular projecto de instalação em território europeu da panóplia de armas antimísseis que possui. A Europa, de deriva em deriva, caminha de novo para a guerra. A exploração do medo entre os países saídos da antiga cortina de ferro em relação ao seu antigo senhor é apenas mais uma tentativa de marcar terreno por parte os russos. Falida a União Soviética, renasce a velha Rússia. Americanos e russos compreenderam depressa e bem algumas das questões que de forma sub-reptícia enformam esta Europa e alguns dos seus actuais dirigentes. Poder e expansão. E tais desejos nem uns nem outros (EUA e Rússia) podem, nem irão, permitir. As fronteiras europeias à muito que estão definidas territorialmente e culturalmente. Passar além delas é como que desafiar permanentemente os deuses da guerra. Estarão a Europa e os europeus à altura desse desafio, caso o seu vizinho russo, embora depauperado, recorra à intervenção militar para impor os seus pontos de vista e defender as suas áreas de influência tradicionais?