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PROSAS VADIAS

PROSAS VADIAS

31.Mai.08

Tribo do futebol

 

Precisamos de comentário com substância para digerir a futebolada que se aproxima, dai que esta seja uma campanha com muita da dita. Preencher a habitual afasia (ver filososfia) dos actuais comentadores, colmatando, a pecha, com Mário Zambujal ou José Nicolau de Melo, teríamos direito a um campeonato de outra galáxia. Como dizia o saudoso Rui Tovar, seria "Um golo substantivo que não pode ser adjectivado". Exige-se, por isso.

30.Mai.08

Nem tudo

 

o que vem na rede é peixe. Precisamente. Observo leigos a perorarem sobre assunto que desconhecem. As reivindicações do sector pesqueiro nacional, a reboque da propalada crise petrolífera são, embora saibamos que ao mínimo recuo do Estado, a vitória será cantada pela certa, desajustadas e pouco correctas pelas exigências apresentadas. Sector estratégico nacional que vive, até à exaustão, dos subsídios europeus e do Orçamento. Repare-se nas benesses que o sector absorve e o que através destas tem desenvolvido. O preço a que as empresas de pesca pagam o combustível, a destrinça imposta através da coloração do combustível subsidiado, que tanto servia para fazer mover  as embarcações como os carros dos empresários. Mundo com nuances pouco transparentes este, que emerge agora da correnteza das reivindicações provocadas pela crise petrolífera no continente europeu. Fuga ao controle de lota é coisa corriqueira e consabida prática, peixe apressado na rede, sem medida legal de captura, é peixe que, na manhã seguinte, está à venda nos mercados de abastecimento, seguindo caminhos que consubstanciam e alimentam a chamada economia paralela. "Candonga" é prática que alimenta negócio, "totobola" é palavra adaptada a práticas ditas ancestrais. Meio arreigado a modelos e técnicas que passam de geração em geração, pouco dado à inovação, só lentamente tem vindo a absorver a necessidade de modernizar, sendo, como é, palco por excelência do emprego de mão-de-obra pouco dada a qualificações escolares, para se ser pescador não é preciso saber ler, dito comum entre as gentes do mar ainda não há muitos anos. Acredito. Quem saberá fazer um "lais de guia pelo chicote", que os há singelos ou dobrados, melhor do que quem nasceu entre redes, barcos e o enorme mar? Entre fome e miséria que a classe  piscatória ainda, e de certo modo, espelha.  Embora já não seja bem assim. Foi. Hoje já não por razões puramente económicas. Daí  que a comiseração com  que muitos falam sobre os pescadores seja apenas o débito  de "postas de pescada" sobre um mundo e uma classe profissional sobre a qual pouco ou nada sabem, sobre a qual nada entendem. Embora seja sempre o "mexilhão" a sofrer as agruras da ondulação. O que não é o caso dos empresários do sector.

 

Foto de Rodrigo Campos.

29.Mai.08

postre delicioso

 

 

 

São já velhos e gastos os argumentos do actual dirigente máximo do partido da governança, e se, alguém, com ele concordar é, tal coisa, do foro intimo de cada um. Ora então leiam :

 

"Cuida respeitar  a divindade o ladrão que, ao roubar a igreja, não quis tocar no vaso sagrado em que no sacrário se guardam as partículas. Tem-se por caridoso e filantropo o salteador que deixou ao viajante com que pagar um dois dias na pousada mais próxima. Alegam perante o júri a bondade das suas entranhas os assassinos que não matam com crueza. Julgar-se-ia desonrada a testemunha falsa que não depusesse cumpridamente, segundo o ajuste. Não teria direito à remuneração."

 

A.A. Teixeira de Vasconcelos, O Prato de Arroz Doce, 1875.

 

É grande o país donde, de ontem, nos chegam frases que nos esclarecem o presente.

 

A Foto está .

28.Mai.08

Portugal A pátria bloqueada

 

 

 

Peroravam ministros, candidatos a presidentes, ex-presidentes, ex-primeiros-ministros, ex-ministros disto e daquilo.  Sublinhei:

"Não há soluções milagreiras para um país que se afundou no lodaçal e se manietou na paralisia. Mas não pode é continuar-se pelo mesmo caminho - a evitar andar; nem podem os que o atolaram e nele se cravam como sanguessugas, tendo-o com espectador passivo para o seu retábulo de vaidades, continuar a assumir responsabilidades a cuja a altura não tem estado. As complacências ou mesquinhas divisões, a incapacidade de idear que é também incapacidade de realizar não conseguirão jamais reerguer Portugal. Só a lucidez implacável no diagnóstico, a ousadia imaginativa no forjar de projectos, a firmeza dura em executa-los, a aceitação de autenticos sacrifícios (e não o sacrífício da maioria para sustentar uma minoria autosatisfeita) com vista a resultados futuros permitirão, pela tomada de consciência e esforços cívicos do maior número, varrer os escombros e edificar-mos uma pátria que seja de todos nós e dos que após nós vierem. Uma pátria que se orgulhe de chamar Portugal, na responsabilidade do seu ser colectivo ao serviço da pessoa humana; e que; embora, modestamente, mas exalçando-se acima das suas próprias possibilidades, saiba de novo ser vector de uma civilização universalizante respeitadora das diversidades e onde os homens possam, em vez de serem joguetes, ao menos em parte controlar os rumos do seu porvir. Só do que é difícil pode despontar a esperança."

 

Vitorino Magalhães Godinho

Portugal. A Pátria bloqueada e a responsabilidade da cidadania, Lisboa, Editorial Presença, 1985, p. 299.

 

 

26.Mai.08

Laços

foto: ANDRÉ da Loba

 

"Quero fazer CONTIGO o que as agulhas de tricô fazem com os novelos de lã."

Ana, poderia transcrever para este pedaço de papel virtual o que havia escrito para o dia de hoje... Mas não. Existem momentos que devem ser guardados cá dentro, em nós. Destinam-se a sonhadores. A esta pobreza, em palavras, as poucas que aqui estão, contraponho o seu sentido, a parte maior do seu significado. Obrigada por me deixares ser, meu AMOR.

25.Mai.08

Um ano depois...

 

 

Noya: "Um ano de blogue e não dizias nada a ninguém. Vamos comemorar no parque e jogar à bola? Vá lá... a chuva já parou. Prometes-te. Vamos vadiar ao ar livre, doninho. "

Dono: "Então vamos lá "Cãosóminha". Prometido é devido."

 

 

Após escritura:

Joana: A paixão costuma ser fogo fátuo, os blogs não são muito diferentes. A vida está muito para além. Obrigada pela leitura e palavras de amizade virtual.

Pedro Macieira: Obrigado. Quando este "negócio" virar tarefa, desiste-se imediatamente. Enquanto for prazer de expressão ainda vá que não vá. A pensar em mudar registo e rumo é uma constante. Veremos. Abraço desde Coimbra.

Maria Isabel: Agradeço a simpatia e a excelência fotográfica do seu blogue.

Agostinho: Este sapo é assim. Abraço amigo.

 

Alex: Companheiro, a minha aldeia não tem atletas de gabarito como a tua, mas, em contrapartida, somos todos a favor do olimpismo...de sofá. Abraço marítimo.

25.Mai.08

Ora BOLAS para o futuro

 

 

 

 

Debate entre candidatos às primárias do Partido Sobre o estado Da oposição num canal televisivo. No final da performance televisiva, antecedida de conclusiva sondagem, pergunta a doutora entrevistadora: Quem ganhou o DEBATE? Resposta do doutor Pulido Valente : A Dr. Manuela, porque foi a que falou menos e o que disse não a compromete em futuras ocasiões.

Se não foi assim, está lá quase perto.

Ora bolas e eu a pensar que um debate era isto. 

Quanto  Vale um País com Valores assim?

 Cinismo ao poder JÁ.

Desculpem, esse já lá está.

24.Mai.08

72%

 

Só queria acrescentar uma coisa quanto a este assunto, no qual não me move  qualquer embirração pessoal. Oh Diabo, o senhor ministro diz pior. Ao colocar o dito protesto aqui ao canto apenas me moveu uma ideia. Uma coisa sei, que se a diminuição de lucro se verificar, estes serão bem mais capazes de obrigar o governo a fazer isto, caro João Tunes. Dai que do mal o menos.

Já li por ai  insultos ao automóvel individual, mas não vou por aí. A democratização do automóvel é algo que se conjuga com o bem estar humano. A invenção da roda foi apenas um pormenor. Seja movido a derivados do petróleo ou por outro qualquer meio será sempre um símbolo de liberdade individual. Recurso escasso, ou em vias de rarefacção, o petróleo, já se sabia que seria ou viria a ser factor conjuntural destabilizante. A água, esse recurso para lá caminha. O que preocupa são os "escassos" 72% arrecadados pelo Estado e que arredondam o preço. Por muito que as contas públicas me mereçam respeito, a coisa está feia. Muito feia. Daí que os nossos socialistas devam rever a fórmula. Enquanto lhes dão tempo. O resto é lá com eles. Eles é que sabem. A campanha parece insonsa, mas conta como pressão. A sua valia estaciona ai.

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