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Nem de propósito estava eu entre resfriados e potes de mel de abelhas quando da Aldeia Olímpica surgem dúvidas acerca do que se passa.
Resolvi escrever ao meu Caro confrade blogueiro o que se segue:
Pergunto eu então, para fugir ao centrão e à bifurcação da nossa vida política em dois partidos idênticos e iguais, em quem votar? Provavelmente a consulta perguntou assim: "entre estes dois em qual votaria?". A resposta parece-me óbvia, por muito mal que do partido do governo possa vir, será sempre preferível ao que possa advir da concorrência. Assim vai o lamentável equívoco da nossa democracia que tende a afunilar o seu sistema partidário. Para melhor dominar. Entre um partido único ou dois partidos únicos a diferença parece-me pouca. A mim. Como sabe as perguntas enviesadas das sondagens de opinião pública são claramente tendenciosas e o povão , embora não goste, prefere a côdea ao pão do dia. Um partido do governo é sempre algo que se pode maquilhar e voltar a vender de novo, basta mudar os rostos e as ideias, eles têm correntes de opinião que lhes asseguram a perpetuação. Dai o ignaro perante perguntas descabidas responder de forma cabal. Estaremos nisto até que de novo surjam as galés e nos acorrentem de novo aos remos. Algo de tão infinito que parece impossível ultrapassar. Embora o pareça, não é. Agora pergunto eu, que não me admiro com tais resultados, donde virá pois a libertação para os escravos? Sabendo que todos os seus direitos foram árduamente conquistados e que deixando-os hoje fugir, como se deles não fossem donos, sentindo-se muitos até culpados por serem possuidores de algo que lhes não pertence, que lhes dizer? Que precisam de ter memória, porque o correr dos dias, sendo movimento perpétuo, não é único sentido da vida. A sabedoria necessária para preservar o que outros de forma tão árdua alcançaram não se compadece com a aflitiva espuma dos dias com que hoje nos querem pintar os dias. Os direitos que os escravos alcançaram ao serem hoje, e de novo, a história repete-se, embora exista quem diga que não, considerados como passíveis de serem alienados pelos que se julgam os seus donos, terá de trazer para a ribalta gente que desafie o "status" e lhes renegue o direito a retirar o que até hoje os escravos adquiriram. Nada nos foi dado, tudo foi conquistado como sabe. Muitos ficaram pelo caminho, uns decapitados, outros mortos, se isso foi preciso. É preciso lembrar que não foi em vão que muitos se levantaram. Mas quem hoje quer disto saber? As alternativas ainda me parecem, embora a si julgo que não, muito e demasiado titubeantes. Pintemos a questão de verde, se é que me entende. Enquanto existir um sopro de vida procure-se ajudar a mudar as mentalidades. Um abraço e até à próxima caro Confrade.
A foto obviamente pertence ao álbum "Animals" dos Ping Floyd . Mas como pode não parecer óbvio, aqui fica o reparo.