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PROSAS VADIAS

PROSAS VADIAS

28.Fev.08

Irritados??

António Borges de Carvalho escreve assim:

 

"É sabido que a palavra Contribuição foi uma invenção da revolução francesa: como a França passava a ser du peuple, os Impostos deixavam, por decreto, de ser impostos, para passar a ser “Contribuições”. O peuple deixava de ser forçado a pagar impostos, para passar a ter a honra e o prazer de “contribuir” para o bem comum.
A distinção, com o passar dos tempos, foi-se confundindo, como não podia deixar de ser. Portugal, diplomado macaco de imitação, passou a ter, modestamente, “Contribuições e Impostos”. Hoje, julgava eu, como a Direcção Geral das Contribuições e Impostos passou a chamar-se só “Direcção Geral dos Impostos”, teria deixado de haver, pelo menos formalmente, tal distinção. Enganava-me, uma vez que – as facturas da EDP bem o provam – aplicam o IVA sobre a dita “contribuição”. Substancialmente, não passa de mais um caso de impostos sobre impostos, como tantos outros a que o Irritado se tem referido. Os fulanos tratam os impostos como se fossem taxas de serviço que ao contribuinte fosse dado ter ou não ter, consoante o entendesse."
Ficaram irritados? Então leiam tudo o que aqui falta. E depois escrevam que não há alternativas.
28.Fev.08

Faça valer a força do seu voto.

 

Os radicais livres e o seu insano trabalho em prol do seu bem-estar. Entendamo-nos sobre o melhor método, já que foi imposta uma quota exija-se o mesmo para os senhores deputados. Menos 5% de deputados, menos 5% de na compensação do seu trabalho e mais 5% de imposições legais restritivas. Não sejamos parcos a exigir. A Democracia exige isso mesmo. Exigir transparência e menos corrupção no aparelho de Estado é um sintoma de diálogo político democrático e um exercício de cidadania.

Nota à margem: a foto foi daqui retirada.

28.Fev.08

A CIDADE CONTI...NUA... NUA

 

Reduzir a questão cultural em Coimbra à subsídio-dependência ou pretender transformar o debate cultural numa questão meramente politica, encerrada na bipolarização entre "canhotos" e "bonzos" em luta pelo poder camarário demonstra, cabalmente, a pobreza do espírito que grassa por estes dias na cidade. Está -lhes no sangue o facto de manterem aceso o facho da perenidade ou de uma futricidade serôdia, como se a cidade fosse sempre a mesma e roda-se sobre si com que afirmando a sua beleza já caduca. Muito gostam de reduzir a questão ao bipolarismo. Estranho prazer. Questão freudiana a estudar com atenção. Caso não saibam estes senhorecos que poluem o ar com as suas diatribes politiqueiras e comicieiras estultas enfeudam-se nos seus estatutos de cultores de politicas culturais absurdas. Mesmo que estas estejam prenhes de contradições e de atavismos folclóricos. Porque é disso que se trata. Não sou membro de nenhum partido politico, não recebo comendas nem prebendas, nem municipais, nem nacionais, dai estar  à vontade e plenamente convencido que numa cidade como esta os dias correm cada vez mais como sempre correram ...no sentido contrário ao das águas do Mondego. Na vez de correram na direcção do mundo, encerram-se nos seus desideratos locais e localizados. Bem hajam meus caros, sejam felizes com a vossa entoação canora e com a qual  pretendeis manter o poleiro no velho fado coimbrão. Nada de melhor, tudo para pior. Velha sina de uma cidade que se afunda entre auto-elogios embrulhados nas tangas de um linguajar estupidificante e o desejo de eterno retorno ao que nunca foi. Terra triste de ineses e pedreses a esmo. Em cada pedra da calçada que pisais apenas enterrais o sentido cívico de uma cidade plantada nas bordas de um rio. Eternamente à espera do amante. Daquele que ama a cultura. A cultura despida dos "chás de parvónia" com que a adocicais. Ai meu velho Aguiar que nunca mais mudas a folha...

No entanto o mundo pula e avança...o Fernado Campos prepara a sua próxima exposição de pintura no espaço do Restaurante Nacional, ali para os lados do Arnado, a partir de Março e em Coimbra. Com a cultura deles é que não alinhamos...desculpem lá qualquer coisinha.

27.Fev.08

Que grande país é o meu país...

Como habitante de um país que se encontra em segundo lugar na Europa onde o risco de pobreza infantil é maior e mais duradouro agradeço efusivamente ao país e à propaganda governamental o êxito conseguido na conquista de tão honrosa posição. Olho à minha volta e entretenho-me a observar a pobreza dos mentecaptos que vegetam por aí. Tão entretidos com o seu umbiguinho ... que rico país este!!

27.Fev.08

Futilidades aparentes

A estranha proibição de ter roupa a secar ao sol na parte da frente dos prédios de habitação urbana é mais uma demonstração do nosso arreigado espírito proibicionista. As denominadas "administrações de condóminos" são, nos dias de hoje, os zelotas da insana medida e vigilantes da moral pública no que concerne à exposição ao sol das nossas roupas.

País de sol, é com inóspita intolerância que muitos portugueses são impossibilitados de expor  a sua roupita ao proclamado "Astro-Rei". É proibido colocar o estendal na parede das varandas voltadas para a "parte da frente do prédio". Considero este acto absolutamente inaudito! Estou farto de olhar para o prédio onde habito tentando descortinar a dita frente, dado que este se encontra rodeado de prédios por todos os lados. Ou seja, os vizinhos que moram nas ditas traseiras podem expor a sua roupinha aos olhares dos vizinhos que possuem a frente do seu prédio voltada para as traseiras do meu.  Nós moramos "na frente" ou seja "virados para a frente do prédio" onde se situa a porta de entrada, dai não podermos colocar roupa a secar na varanda que está virada para a frente do prédio. Mas avisaram-nos que por outro lado ser podia ter a roupa a secar se esta for pendurada no gradeamento da própria varanda. Que aí a "administração do condomínio " não podia fazer nada! Confusos? Também eu! Ao fim destes anos todos continuo extremamente confuso. Somos simplesmente um país de sol...mas aos quadradinhos! O célebre "manual de instruções do português em Portugal" está mentalmente desactualizado ou então os particulares, os cidadãos deste país, os "administradores de condominío" prosseguem ou imitam a sanha fiscalizadora e proibicionista do estado em que vivem elevando  a prática ao zénite da patetice Coisas de condomínios. Tratamo-nos uns aos outros como atrasados mentais. É mais isso que outra coisa. Ou então esta é mais uma das proibições na "moda" como refere António Costa Santos no seu livro "Proibido". Assim seja. Ia a escrever outra coisa mas atirei o teclado contra a parede. Ora esta... num país de sol já não se pode secar a roupa ao sol...Conseguem imaginar?

26.Fev.08

Desterrem o Dom Dinis.

O assunto não é de hoje, é de ontem. O caos automobilístico gerado na colina conimbricense começa a tornar-se num mal estar verdadeiramente assombroso. A que as pessoas que lá  trabalham  e estudam não escapam. O silêncio em torno desta questão é desproporcionado face ao rácio de viaturas constantemente multadas. Rebocadas, etc., etc. e tal. Hábitos diários, o trabalho e as multas. Para além do velho rei, outros continuam impavidamente e serenamente a gerir os silêncios, numa zona  que não serve utentes, nem quem nela trabalha. Alguns até tem o seu problema resolvido e, não vale a pena estar a enumerar, quem frequenta a colina universitária coimbrã sabe muito bem de quem se trata. Se não sabe será de bom tom perguntar na Reitoria. Ainda não passou assim tanto tempo quando um representante da Universidade tinha assento obrigatório na vereação coimbrã. Embora esta inerência de cargo apenas os dispusesse a defender alguns interesses particulares que não os da sua Universidade. O mesmo se passa hoje, defendidos interesses corporativos, a restante população fica à mercê da boa vontade da polícia pública e da coriácea polícia particular da Câmara. Esta última criada não para resolver e ajudar mas para atafulhar dos devidos papelinhos tudo o que seja viatura. A contribuição autárquica para a resolução deste malfadado imbróglio resumiu-se à imposição de regras sem ter tido a sensibilidade e o necessário cuidado na procura de verdadeiras soluções. Cortou-se a direito. Um hábito demasiado habitual. Embora ninguém esteja aqui a defender a utilização do Pátio das Escolas como futuro estacionamento, coisa que, por já ter existido, era então fruto da acessibilidade do automóvel a uns quantos. Quando o seu uso se democratizou o seu fechou-se o Pátio, por prática inestética. Perfeitamente de acordo, quanto ao inestético. 

A saturação automobilística é hoje um facto, mas é facto já com as conhecidas barbas. Problema  que, por mais delicado que possa ser, já devia estar pensado e resolvido.

A não ser que a solução seja esta. Aquela a que os nossos olhos assistem e o nosso bolso paga. Se assim for optamos pela Portagem. Não, não defendemos uma portagem para entrar na colina da Sapiência. Não, o que alvitramos é que passemos a parquear em redor de Joaquim António de Aguiar. Do mal o menos, este sempre era liberal, o rei, dito fundador da Universidade, foi erguido de costas voltadas para a mesma. Mas se fosse só o rei...

26.Fev.08

Simone de Oliveira

Nunca, mas nunca e por nunca "au revoir" Simone. Mas "Au Revoir Simone" é nome de grupo musical que, para além de merecer alguma atenção, surgem aqui em jeito de homenagem a uma grande Senhora. Caso para dizer OBRIGADO SIMONE.

26.Fev.08

Infantilismo

Recente polémica entre o Comité Olímpico chinês e Steven Spilberg é o mais recente caso de infantilidade serôdia que a espécie humana atravessa. O "assédio" chinês à "nata" para abrilhantar os seus "Jogos" devia estar a ser analisado do ponto de vista da psicanálise. Veremos se eles conseguem imitar o estilo. Por outro, Spilberg precisa de meditar mais sobre a infância da civilização a que pertence. Ora a milenar civilização apodou de "infantil" a atitude do cineasta quando este se retira da organização cénica dos "Jogos" devido ao envolvimento da China no Darfur . Numa retaliação típica de criança,"ou me dás o teu brinquedo ou vou fazer queixinha à educadora". Neste caso a educadora é a opinião pública mundial que pouca, ou nenhuma, atenção prestou ao assunto. Outra, típica, atitude infantil. Não ligar absolutamente nenhuma. Enquanto o cineasta, em retaliação, deixou de criar ilusões para "Jogos" chineses, estes foram invadidos por um jogo de sombras. Ora os "Jogos" são apenas isso: ilusões infantis. Quem em perfeita consciência acredita, neste caso, num jogo de amadores? Só a imaturidade, saudável, das crianças. Será possível acreditar-se que Spilberg  embarcou num argumento cujo fim último será a proclamação da China como o único país com capacidade para enfrentar os americanos no tabuleiro do "Jogo dos Impérios", no decurso do século XXI? Embora pai de "E.T" não acreditamos. Dai que, por muito simpático que possa parecer o argumento de Spilberg, e, de facto, é, quem comandou a falta de comparência aos jogos chineses do cineasta americano foram os estrategas do verdadeiro jogo de bastidores que decorre nas margens dos ditos "Jogos Olímpicos". O Darfur e os jogos que nele se desenrolam mereciam um outro tipo de atletas e de atitudes. Do tipo "Citius, Altius, Fortius".

25.Fev.08

300

Comemorando o 300 comentário, sendo coisa para número redondo, serve para apresentar algo que confessamos como pouco redondo. Chama-se "El Perro del Mar" e só "God Knows" onde esta senhora, vinda da Suécia, pode chegar. Para já o justo e comemorativo relevo por aqui no Prosas Vadias.

 

 

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