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PROSAS VADIAS

PROSAS VADIAS

16.Dez.07

Sacco e Vanzetti


A próxima época da série americana "Sopranos" terá provávelmente episódios filmados na Invicta e mui Nobre e sempre Leal cidade do Porto. O filme "Corrupção", passa assim por ser um parente pobre da realidade. Nunca entendi a passividade em deixar crescer o "Polvo"," essa grande série italiana, que mostra como se passa neste lado de cá do Atlântico, onde as semelhanças, com o que se passa hoje em Portugal, são mais que muitas. Quer dizer entender, entendo...mas não compreendo, um país que se pretende europeu permitir filmes western-spaghetti ao estilo de Sérgio Leone. Um país esparguete é o que temos.
15.Dez.07

Referendum



Escrevi (1) em relação ao sentir da Europa em Portugal o seguinte "Este afastamento é, na minha opinião, fundamentalmente uma questão geracional. A entrada do país na União permitiu a eclosão de grupos sociais e etários, que para além de consumir cada vez mais diversificadamente, neste caso seguindo padrões europeus, são mais exigentes e politicamente mais informados. Será com estes que o país deve contar, no futuro, para a discussão de e sobre a Europa se diversifique e o nível de exigência de informação se amplie? Pensamos que sim, embora, esperando que estes grupos etários mais novos não se fiquem apenas pelo mimetismo dos padrões de vida e de consumo. Concluindo pensamos que o debate na sociedade portuguesa em torno desta questão que apenas abrange franjas sociais mais politizadas, o interior dos partidos políticos, especialistas em assuntos europeus, universidades e pouco mais se diversifique. Mesmo sabendo que até entre estes a discussão em torno das questões europeias reproduzem as clivagens que espelham as divergências do espectro político interno. Como afirma José Mattoso "não basta a entrada de Portugal para o Mercado Comum Europeu para sermos Europa"(2) pois a realidade da Europa está nos limites do "impalpável", desse limbo que emerge do conceito «identidade europeia» e de cidadania europeia. Enquanto a Europa não se definir ou se assumir enquanto conceito cultural andaremos sempre em torno do seu umbigo, indefinidamente. Continuando, como continuam os políticos europeus a olhar a Europa apenas como espaço geográfico passível de ser alargado para além dos limites conhecidos e não como conceito, a "si própria se ignora a Europa por rivalidades e imperialismos internos."(3) A questão Tratado parece-me assim resolvida em Portugal. A abertura ao debate público sobre parece-nos uma falácia tendo em conta um documento técnicamente hermético. Dir-me-ão que a tecnocracia pouco mais sabe fazer. Acredito. Agora quando consubstanciam este desejo "O Tratado de Lisboa traz muitas vantagens: o novo Tratado garantirá que os cidadãos europeus possam dar a sua opinião sobre assuntos europeus e ver os seus direitos fundamentais consagrados numa Carta. A UE estará mais bem equipada para corresponder às expectativas em matéria de energia, alterações climáticas, criminalidade transfronteiras e imigração. Estará igualmente em posição de se fazer ouvir a uma só voz no panorama internacional. Entre as melhorias previstas contam-se: uma União mais responsável, aberta e democrática – os cidadãos e os parlamentos nacionais poderão seguir em primeira mão a tomada de decisões, através de debates legislativos que podem ser acompanhados de perto pelo público. Os cidadãos europeus terão oportunidade de influenciar as propostas legislativas da UE [...]" (4) creio que, e segundo as palavras que acabei de citar, em Portugal a Rés Pública, fruto de anos de analfabetismo, de iliteracia, de indolência perante a coisa pública, vai permitir que a sua opinião seja expressa segundo o critério de um parlamento que apenas representa metade da sociedade portuguesa e assine um documento, seguindo de perto a douta opinião de uns quantos, embora a sua posição fosse conhecida antecipadamente, e decida por uma sociedade inteira. Sociedade que, bem vistas as coisas, é coisa que ainda não existe em Portugal. Mas até quando? Precisamos de sonhar. Sem dúvida. Sou europeísta, embora o ditado velho afirme que depressa e bem ninguém faz, entendo os políticos para quem referendar o tratado europeu assinado em Lisboa seja uma pura perda de tempo. Filosoficamente a discussão interna será mera falácia, uma habilidade quando a necessidade é ratificar rapidamente.

(1) Portugal e a ideia de Europa - Ano 2000. Nice: O naufrágio da Velha Europa. Trabalho apresentado no âmbito do Mestrado de História Económica e Social Contemporânea para o seminário "Portugal e a Construção Europeia, orientado pelo Dr. António Martins da Silva, 2005.

(2) Mattoso, José, A escrita da História. Teorias e Métodos, Lisboa, Editorial Estampa, 1997.

(3) Barreno, Maria Isabel, Um imaginário Europeu, Lisboa, Editorial Caminho, 2000.

A foto foi retirada da capa do Boletim Mar, do Instituto Marítimo-Portuário, nº 1, Ano 1, Janeiro/Março de 2000

15.Dez.07

Aos tropeções entre malas e malotes livros e escadotes

15.Dez.07

Mudanças



Tal qual caracol andamos com os tarecos de um lado para o outro. Vamos mesmo para outro lado. Uns quilómetros mais abaixo. Ficamos mais próximo do Sul. É caso para dizer até já. Talvez. Um dia não são dias, parece o dito popular. Parece não, é. Revele-se que cá em casa (a nossa casa espiritual, não a física) por hábito adquirido, da última para a nova se muda sempre em vésperas das festividades que se aproximam. Nenhum de nós sabe responder porquê. Que é assim, é. Nesta época apenas embrulhamos os presépios, o resto, as mudanças, fazem o favor a empresa, das ditas, de nos enxotarem os móveis daqui para fora. Agora vamos desenhar a vida entre outras quatro paredes. Estas já pareciam as mesmas à tempo demais. Assim ficamos com pouco tempo para embrulhar as hipocrisias anuais.
11.Dez.07

...


Acuso todos os responsáveis morais e práticos que originaram mais esta situação vergonhosa e atentatória dos direitos humanos. Que exemplarmente sejam punidos. De uma vez por todos e para sempre. Acuso toda uma CIDADE que continua a conviver com o abuso, com displicência assobiando para o lado. Que se juntem todos os estropiados da "praxe" e se grite bem alto: BASTA. Que sejam eliminadas todas as patranhas associadas a esse "saudável" convívio que integra os nossos jovens no ambiente do ensino superior, seja este coimbrão ou qualquer outro. Que sejam rasgados os todos os pseudo - códigos de praxe e se termine com esta autêntica palhaçada. Ninguém ao entrar num local de ensino público universitário deve ser sujeito a qualquer tipo de sevícias atentatórias da sua dignidade. Sejam estas quais forem. Aos supostos "doutores da mula ruça" que organizam estas práticas, o "Japão" está prestes a começar uma verdadeira perseguição moral e intelectual aos que continuarem a atentarem contra a dignidade de outros estudantes, indignado com mais esta vossa participação na vida pública da cidade, que vos acolhe. Vistam capas negras agora seus sacanas cavernícolas! Não merecem o legado histórico desta Academia e desta cidade. Não vos merece Antero e outros que tais. Não admitimos que a sua memória seja displicentemente vilependiada por vós que não sabeis viver. Da vida apenas sabeis sujeitar e vergar.
11.Dez.07

Mnemónica


A memória deve ser preservada no conjunto possível de todas as memórias possíveis. Nunca nenhuma memória devia ser apagada. Nenhuma memória se deve sobrepor. Todas fazem o conjunto da memória.
11.Dez.07

Jactâncias


Quando ouço a frase "de todo" fico totalmente obtuso. E pergunto-me o que pretende alguém asseverar quando utiliza a frase "de todo". Irra que é demais!
10.Dez.07

PARABÉNS

a V.ª Ex.ª pelo impressionante número alcançado de compatriotas desempregados: 500 000.



Como escreveu Montaigne: "Nenhum governo consegue evitar o uso da mentira para manter o povo sob seu jugo."
09.Dez.07

Dispenso a indulgência!

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