23.Nov.07
Baia das Almas

Pelo pouco que percebo de futebol, desporto estúpido e dado ao populismo, envolvido em estranhas manobras de bastidores e outras sombras que reflectem a nossa maneira de ser. A nossa forma de estar. Sendo o futebol uma das peças chave das intermináveis discussões matinais entre trabalhadores por contra de outrem, até entre esses outros outrem. Seria de estranhar que o mesmo não padece-se do mal geral. Muito se diz, pouco se sabe, pouco se faz. Mas soube bem ouvir esta frase ..."Na Baía das Almas" dita pelo dito treinador dessa dita selecção de futebol do país em que habito. Não vou em futebóis, mas alinho em caracóis. Daí esta minha costela verdadeiramente nacional. Identificada pelo facto de que quando estou deveras arreliado também me apetece andar ao soco e dizer palavrões! Pouco diplomático, dirão alguns. Talvez. O senhor Scolari também e não foi preso. O que até acho bem. Sigo esse apelo ancestral do ser português aqui e agora. Mas foi com a sua frase que entendi. Entendi como é fácil baixar o déficit. Basta seguir a receita deixada por Oliveira Salazar. É que não foi na Baía da Almas, não! Foi através do aumento da carga fiscal daqueles que estão impossibilitados de não pagarem impostos, percebendo nós que a nobre arte da fuga se concentra entre as grandes agências bancárias e as grandes empresas de capitais multinacionais que pagam principescamente a quem, de forma cientifica, consegue fazer aumentar os seus lucros e não ficar a dever nada de impostos ao Estado. Os OUTROS, esses ficam entregues a essa Baía na qual desaguam as práticas discricionárias, autoritárias, as quais o Provedor de Justiça resolveu publicitar. Essa é a Baía das nossas Almas. A Baía de todas as Almas, das pobres Almas. Tenham um BOM DIA.