08.Nov.07
Diacronias

Pode ser uma Lisboa que desaparece. Mas não. É uma Lisboa que amanhece. Semeada entre pequenos recantos. Como este. Mau gosto dirão uns. Recanto identitário, fronteira do tempo, respondo eu. Fora de tempo. Resistência ao tempo. Momento de longa duração... diria Mestre Magalhães Godinho. De não muito longa duração. Com o fim anunciado ao virar da esquina. Coisas de português asseadinho. Demasiado. De um Portugal que contém identidade. Que ainda nos diz de uma identidade. Essa que a todo o custo respiramos ainda, antes de arrastada na lama das directrizes europeias. Realidade nossa, descoberta pelo olhar fotográfico de Theo De Baker, que de Hantwerpen, em neerlandês correcto suponho, vulgo Antuérpia como a conhecemos na nossa língua, deixou expresso, em bom português, que saibamos preservar. De ser engolida pelo tempo. Mantendo intactos pequenos encantos de outros tempos. Porque não? Obrigado Theo.