Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

PROSAS VADIAS

PROSAS VADIAS

29.Out.07

palmadinha nas costas





















O trabalho "Ego" é de MARCELO SAHEA.

Concordo com Manuel Jorge Marmelo. Acrescento que mais grave só mesmo quando deixamos de acreditar nas pessoas que nos contam mentiras. E se o problema do mentiroso é que não gosta de ser desmascarado, o problema do que acredita está no ego. Prefiro acabar com o ego do que correr atrás do mentiroso. Um acto de bom senso. É que a mentira multiplica-se, o ego, esse incha demais. Até com mentiras.
28.Out.07

Snobismo e outras palvras terminadas em ismos


Pelos vistos existe na blogoesfera quem manifesta a opinião de que um blog sem comentários é como um dejecto da blogoesfera. Atributos como covardia surgem associados ao facto. Ou o mais puro snobismo. Já li de tudo. Estão no seu direito.O respeito pelo outro começa precisamente no aceitar a pluralidade. Há quem não goste de sushi. Por acaso não gosto de sushi. Mas não me chateia nada ver pessoas a comer sushi. Por ser fumador, não vou chatear quem não fuma. Já que quem não o faz chateia-me de forma sectária. Mas vamos ao que interessa.
Uma coisa é um blog escondido no anonimato. O meu tem nome e eu por mero acaso possuo B.I. e caixa de email com nome próprio. A diferença está ai. Enorme. Um blogue com comentários e anónimo é como uma retrete. Puxa-se o autoclismo e sai um monte de comentários. De todo os géneros e feitios. Já agora. Embora me seja absolutamente indiferente se existem ou não. Existem. Basta-me que existam. Tal como ter opiniões, escrever num blogue, não colocar moedas no parquímetro e fugir à policia dos bons costumes, são alguns dos actos que pratico em nome individual, os comentários esses dispenso-os. Já sei quais são. Coloco comentários noutros blogs? Coloco. O autor tem sempre a possibilidade de os não publicar. Como neles apenas coloco opinião, assino com o meu nome próprio. O autor fica a saber quem sou. O remédio para comentários anónimos, esses sim covardes, levou-me a descartar a possibilidade de eles aqui existirem. Dava-me um certo gozo o tempo que necessitava para os apagar/publicar consoante. Uns gozavam de pobreza de escrita, outros cheiravam a prosas pouco vadias, outros género "engate" baratucho tipo à procura da alma gémea. Havia de tudo. Desde gente com nome a gente sem nome. Ora gente sem nome não existe. Nõa é gente. A liberdade do anónimo é a liberdade que não permito a ninguém. Quando pego na vida enfrento o touro pelos cornos. Olhos nos olhos. Dai que um dia os comentários podem voltar, tal, como na vida, tudo tem o seu tempo.
25.Out.07

Desfazendo equívocos (parte segunda)


Escrevi em post anterior que me encontrava comodamente sentado esperando pelo referendo interno sobre a "constituição europeia". Tentava explicar através da ausência de palavras a posição cómoda na qual me encontrava instalado, observando a/s forma/s como se vai desenrolando o novelo. Mas equivoquei-me. Agora fiquei a saber que essa posição/opinião é um equívoco. Realmente não sabia. Rui Ramos na sua crónica de ontem no Público, "Equívoco contra equívoco", página 45, chama a atenção para o meu, para o vosso equívoco ( sé é que partilhais a mesma opinião). Posição que segundo o historiador releva do facto de se pretender que unicamente seja levada à prática uma determinada promessa eleitoralista, feita em tempos. Pretensão que apresenta como a "única razão" para essa exigência. Pois bem, é isso mesmo. Embora se saiba que se possa cair nos erros habituais, que não deixou de correctamente enumerar: o "bom senso seria recrutado para fazer sentir ao país, de malga na mão à espera da concha de caldo do QREN, que não se pode dar ao luxo de um "não"."; a possibilidade de esse referendo servir para " realizar "o mítico referendo sobre a Europa" décadas depois de os nossos governos, em nome de todos terem assumido os compromissos mais graves"; e por último alguns pedem-no "com a esperança de que o ressentimento contra os "políticos" seja mais forte do que a consciência das fragilidades nacionais e encontre no referendo o escape que não tem tido nas legislativas", ou seja que defendem o referendo em "que o "não" ao tratado (seja pensado)como um não aos seus defensores (Sócrates, Menezes, etc.).". Ora, meu caro concidadão, provavelmente a sua leitura até está correcta. O que eu pretendia, quando digo que estava comodamente sentado á espera do referendo ao tratado/ constituição europeu é precisamente algo que não entra nas conjecturas que apresentou. Pura e simplesmente o que eu desejo é que os políticos portugueses aprendam de uma vez por todas a deixar de fazer promessas eleitoralistas. Ou seja que deixem de tomar os governados como meras figurinhas onde a retórica do "politiquês" actue como a campainha de Pavlov. Apenas isso. Essa é que seria uma verdadeira mudança. E o esforço de mudança deveria ir todo nesse sentido. Afinal de contas é a única de que precisamos. Colocar um ponto final no habitual regabofe (desculpe Miss Woddy/Allen!)dos políticos internos, em vésperas de eleições. Na questão do referendo teria sido preferível terem ficado calados. Ou então assumirem o que promoveram. É que ninguém lhes pediu nada.
A Foto foi recolhida aqui.

Após post:
Refeito após chamada de atenção ao português utilizado. Com toda a justiça apresento as minhas desculpas e o meu OBRIGADO ao caro João Tunes, pela correcção. Espero que desta esteja conforme. Um post dinâmico é muito mais interessante.
25.Out.07

Desfazendo equívocos (parte primeira)


Reparei que tinha colocado nos últimos dias duas pequenas fotos ilustrativas a acenarem ao espectador/leitor com gestos mais ou menos obscenos. Uma delas fora constrúida de propósito, a outra refere-se a um apanhado, neste caso de um gesto desprevenido. Nada como desfazer alguns possíveis equívocos. Não sou a favor do politicamente incorrecto como forma de chamar a atenção. Posso eventualmente parecer politicamente incorrecto porque é assim que me apetece ser, por vezes. Tenho dias. Como qualquer um de vós. Clamo assim pela vossa atenção, tentando desfazer alguns ou todos os possíveis equívocos. Para Rui Tavares afirmar no Público de 24 de Outubro, no seu habitual "Pingue-Pongue" de última página, que "O primeiro a reclamar a bandeira do "políticamente incorrecto" ganha o direito a não ser criticado nem ter de defender o que disse". Ora bem asssim sendo tentarei desviar as atenções com a foto de Pamela Stocker, fingindo ser, o que na realidade sou. Um anjo. Sem ideias. Plantado num cemitério de ideias. Na realidade é isso mesmo que sou. Não tendo ideias, ou tendo-as, se estas forem contrárias às correntes universais, tenho apenas direito a viver nessa espécie de limbo dos ostracizados. Prometo que se alguma vez encontrar alguma guarda-la-ei no baú dos objectos enjeitados. Dispenso por isso a "brigada de defensores do politicamente incorrecto" com que Rui Tavares ameaça. Não preciso de brigadas, sejam estas de que tipo forem, sou um anjo.
24.Out.07

Tenham um bom dia


Se isto não é um país à beira da falência técnica é o quê?
Agora entendo porque é que não é possível (de acordo com a lei) comprar a vacina do HPV a prestações suaves. Ora ora! Já retirei a confiança política aos políticos que nos governam durante os últimos 20 anos à um ror de tempo. Afinal Santana ao "varrer" os barrosistas das direcções (o que eu até acho muito bem!) não fez mais do mesmo que outros praticam. Embora não seja isso que se diga. Politicamente correcto é dizer o contrário do que se faz. O "circo de feras" está bem frequentado. Kitsch! Muito kitsch! E cuidadinho com as greves! É que «Todos os mecanismos disponíveis podem ser accionados a qualquer momento». Já agora o novo aeroporto ficará situado onde???? Anda gente a mais a frequentar o "Second Life". Um mundo onde até as micro-nações são governadas por imperadores ou monarcas! Vá-se lá entender estes romanos. A vida virtual parece menos insuportável. Mas gira em torno das mesmas imbecilidades que nos rodeiam na realidade. Acordem! Como terá dito alguém!
24.Out.07

URGENTE: Venda-se a crédito doses de bom senso.

Num país onde o apelo ao consumo atinge já as raias do absurdo, país no qual o bombardeamento das empresas de crédito é pelos vistos permitido legalmente, o absurdo chega através da posição do Infarmed sobre a venda a crédito de um determinado medicamento, praticado por uma determinada farmácia. Ora, quando nem comparticipação estatal existe para o medicamento em causa, o motivo apresentado é absurdamente estúpido. De tão estúpido que nem se compreende como é que a única posição do órgão estatal que regula o sector surge escudada pela lei, que pelos vistos condicionará a prática da venda a crédito de medicamentos pelas farmácias. Pergunto a mim mesmo qual é a diferença entre vender a crédito uma máquina de lavar roupa ou um medicamento? Se este tiver sido receitado por um médico, onde é que reside o problema? Alguém em seu perfeito juízo consegue explanar argumentos para além dos contidos na dita lei? Já agora não conviria explicar porque é que a lei proíbe o acto? Se uma farmácia entender que o cliente/doente possa pagar ao fim do mês os medicamentos que vai adquirindo ao longo desse mês, tal irá igualmente de encontro à lei? O Estado terá que se imiscuir nas relações estabelecidas entre um proprietário de farmácia e o doente/consumidor, quando este último lhe adquire determinado produto mediante receituário apresentado? A posição do Infarmed, sustentada pelo argumento legal e relatada pelos jornais de hoje não é uma posição, é um puro arbítrio na sociedade liberal que pretendem erguer e onde os apelos à emancipação da sociedade civil são uma constante. Será isto possível? Isto já para não falar das dificuldades económicas que determinadas classes sociais atravessam em Portugal. Não seria melhor ter tomado uma outra atitude perante este facto? Uma valente dose de bom senso viria mesmo a calhar. Ou então altere-se a lei actualmente em vigor. Seria mais justo.

Foto gentilmente cedida pela Farmácias Granado.
23.Out.07

Em redor da hermitage *


Anda Pacheco

Comentando João Tunes.
Eis um dos vários tipos/tipologias possíveis sobre a ideia de democracia. Quero dizer eu, de uma certa ideia sobre democracia. A frase que de entre todos os sistemas é o menos mau já é sobejamente conhecida. Nada a obstar. Penso eu, mas quem sou eu para pensar, dado que um constitucionalista é por natureza alguém que procura melhorar/modernizar, ver mais além o sistema, o sistema dito, em princípio, democrático. Sendo sistema deve ser sistematicamente colocado em causa. Quase que diria religiosamente colocado em causa. Então não é que disse. Ora assim sendo numa fase mais evoluída do sistema democrático só votam as elites intelectuais. Onde é que eu já li isto? Não devo ter sido eu, deve ter sido ele na cartilha. Sendo elas as únicas com conhecimentos, com a dita cultura, com a dita sapiência para dirigir os iletrados. São eles que orientam, que dirigem. Agora apetece-me escrever os coitados dos iletrados, o dito cujo povo. Esse "povão" como referem do outro lado do Atlântico nossos irmãos de sangue e de língua como dizem por aí alguns, não todos, intelectuais da nossa praça, com banca montada pelos arredores/ corredores do Terreiro dito do Paço. Enfim sofismas. Os defensores da democracia, que não da demokratía, inventaram uma nova pólvora ou sofisma. Essa, a de que os coitados dos iletrados não devem ter ideia nenhuma sobre as couves de lisboa , quero dizer de bruxelas (vão ambas com letra pequena, o que já quer dizer alguma coisa) e não é que têm razão! Ora nada como uma boa sopa de letras para confundir essa malta. A malta dos iletrados, a tal que vota. Ou devia votar, mas não vota, porque se está "marimbando" para estas coisas ditas da alta intelectualidade. Ou quando vota, vota no que ganha. É que ninguém por cá gosta de perder. Não é? Mesmo a feijões a coisa fica sempre muito escura. Vota-se no que vai ganhar a seguir. Não tem que enganar. O Povo na sua reconhecida sapiência, como toleram os senhores que gravitam em torno do dito terreiro, sabe sempre escolher. Quando escolhe/ escolhemos ficamos quase todos embasbacados. Com a escolha ou com a sapiência? É coisa que falta descobrir. Quem sabe. Soltem-se as naus do sítio da Torre. Por hábito sempre se tem descoberto algo quando isso acontece. Mas continuando. Ora sendo, por definição conhecida e aceite ( será?) que nela a autoridade emana do povo, sendo que esta é ditada pela maioria, estamos como estamos. Está como está a nossa democracia. Até parece que os "pás" tem razão. Dai que muitos continuem a cantar e a rir como por aí se dizia. E não é que agora se pretende inculcar de novo? Bordalo desenhou o dito pobre e coitado Zé de manguito manhoso bem erguido numa certa direcção. A minha vontade é fazer o mesmo. Só que este já pouco tem de coitado e de manhoso.

* palavra acabada de inventar.
22.Out.07

"transitar entre a euforia e a depressão, entre o granizo e a combustão"


Eu sei que tu sabes que eu sei. A frase arrebitou por ai quando uma militante da direita suave a explicitou. Todos nós sabemos. O Godinho passou por cá. Mais uma vez. Afagou, de novo, eu sei, pela enésima vez, dirão, as suas canções nas paredes do Teatro. Sim, esse, o do Gil Vicente. Não me digam que não sabiam. A maledicência militante dirá o que dirá. Nós sabemos. O problema nem é esse. Passo a explicar. O problema é que o homem continua a escrever canções. Que dizem coisas. E a lutar militantemente. Quer se goste, quer não. Eu sei. Vocês também sabem. Ele ainda anda ai nas curvas da vida, como dizia o outro, mais vivo que morto. Ponto final. A entrevista roda por aí, ainda que as canções se ouçam cada vez menos na rádio. Gostos. Discutíveis. Eu sei. A vida são frases. Vocês sabem. O resto são cantigas.

Pág. 1/4