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PROSAS VADIAS

PROSAS VADIAS

29.Ago.07

As Palavras ditas soam melhor...escritas...

25.Ago.07

Fio do Horizonte


" Do berço não me recordo bem, mas lembro-me que os meus pais, felizmente, nunca me ensinaram estas coisas, bem pelo contrário, embora sempre permitindo que eu viesse a pensar o que achasse mais certo. E nada me leva a suspeitar que não fossem portugueses, que não fizessem parte deste demagógico "nós portugueses" a que Jardim recorre. Os pais da minha mãe moravam na Rua do Noronha, por detrás da Imprensa Nacional, e os do meu pai na Rua Correia Telles a Campo de Ourique. Terão sido menos portugueses por não pensarem o que pensa Alberto João Jardim? Como dizia Pacheco Pereira, se Jardim berrasse menos e pensasse mais..."


O Fio do Horizonte era o mote para as crónicas diárias do jornal Público. O parágrafo foi transcrito da crónica de Sexta Feira, 24 de Agosto de 2007. E não me apetece escrever absolutamente mais nada. Apenas isto. Eles partem, parecendo que as referências éticas e estéticas se sepultam com o eclodir do novo século . Mas acreditem que as sementes, por muito árida que possa parecer a terra em que são espalhadas, acabam por florescer. Nós, por cá, continuaremos a aturar, por mais uns tempos, as bestas, que tão bem soube caracterizar.
Rua do Noronha, entre 1898 e 1908.
24.Ago.07

Animar o Verão

A nobre zona da Praia Figueirense, a dita do Relógio. Apenas este aqui não é visível, embora o primeiro relógio tenha sido de sol, porque de aristocrático uso, reparem nos solares mais a norte e vejam que alguns possuíam o seu exemplar. Este veio pôr cobro à polémica construção da Torre e ao habitual vandalismo, pois a não existência de porta no seu sopé terá transformado o monumento em local para vazadouro de públicas necessidades, colocando os autóctones críticos e visitantes embasbacados a olhar para o relógio de Sol, última das últimas descobertas do já então agitado século passado. A Torre foi dada como pronta em 1943. Que não sendo ainda do Relógio, era parente de uma certa estética Estado Novo (provável causa da polémica), pois o pagador da obra quis ver impressa na marginal figueirense, à época vulgo Avenida Oliveira Salazar, construída entre os anos de 1942 e 1945, a sua marca indelével. Embora a marginal fosse velho e antigo sonho figueirense, entremeado por polémicas de índole vária e variados projectos, para não destoar da actualidade. O original, porque primeiro, relógio virá a ser substituído por um outro, talvez o actual, mecânico, de fabrico helvético e oferecido à edilidade figueirense de então, para gáudio da cidade e da sua refinada clientela. E que, por sinal [ou falta dele], esteve uma série de anos parado. Talvez adivinhando o actual estado das coisas turísticas na bela Figueira da Foz.

Nota à margem: Carta Postal a circular em 1966. Edição IBEREX-Lisboa.

23.Ago.07

Coimbra e suas pontes. Breve nota.


Carta postal (datada dos primeiros anos do século XX, edição Purger & Co, Munique) onde sobressai a velha ex-ponte metálica de Coimbra, que substituiu a medieval Ponte do Ó (1), aberta ao trânsito no dia 8 de Maio de 1875. A "horrível gaiola de ferro" como lhe chamou em 1932, António de Vasconcelos (2).
(1) Como refere António Vasconcelos, " a mais antiga referência histórica à ponte de Coimbra lê-se na Chronica Gothorum: - Era MCLXX (ano de 1132). Idem Alfonsus ( D. Afonso Henriques), cepit edificare monasterium sancte Crucis in suburbio Colimbr. et pontem fluminis monde, iuxta eandem urbem, ann. Regni sui IIIIº - (Portugaliae Monumenta Historica. vol. Scriptores, p. 12)
(2) Correio de Coimbra, nºs 501 e 502 (16 e 23 de Janeiro de 1932). António de Vasconcelos perpetuado nas páginas do "Correio de Coimbra" 1922-1941, Coimbra, Arquivo da Universidade de Coimbra, 2000, p. 228-234. Obra comemorativa do centenário da nomeação de António Garcia Ribeiro de Vasconcelos como primeiro director do Arquivo da Universidade de Coimbra, em 1900.
Após escrito: Espero que com as notícias de hoje, dia 24 de Agosto, tenham entendido a breve nota que aqui coloquei sobre as pontes de Coimbra.

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