Apresento (outra vez, ela merece) a nossa Yorkshire-Terrier, a

comadre Noya. Inteligente como nunca vimos (e já tivemos outros

e de outras raças, ou sem raça, que não somos esquisitos,

mas que nunca se habituaram a viver em andares).

Desde que chegou, fez da nossa casa a sua casa, dos nossos hábitos

os seus hábitos, da nossa vida a sua vida.

É a nossa maior amiga.

Entretanto descobriu-se que ela tem

andado pelo bairro todo a espalhar que o blogue do dono

é um Blogocão (Zão) . Desde o padeiro, ao carteiro

à senhora da limpeza, às senhoras da farmácia, do café, da

da cabeleireira, da limpeza- a -seco, ao peixeiro, no mini-

mercado, às senhoras da papelaria , ao dono do restau-

rante chinês (achamos que ela adora crepes chineses!)

não há ninguém que não

saiba que o dono tem um blogue.

Em troca damos-lhe o almoço,o lanche, o

jantar de borla, recompensa por nos tratar como gente!

E pela publicidade. Coisa que por aqui se detesta.

Mas enfim a Noya só tem três meses, um dia vai aprender que é no

silêncio que se constrói a amizade.

Dessas que não exigem nem publicidade, nem público. Apenas existirem.

Porque só essas são amizades.