![]()
Não sou escritor. Muito menos da liberdade. Escritor escreve livros. Não escrevo livros. Apenas plantei uma árvore algures por ai e tenho um filho no mesmo sítio da árvore. Para um português azedo como eu a liberdade...mas eu não sei o que são as grilhetas da censura, nem o grito sumido na garganta. Sempre disse o que me vai na alma, por muito que me doa. Seria incapaz de ser de outra forma ou maneira. Aqui ou num tempo de grilhetas e de gritos mudos. Nem sei se mereço a palavra liberdade enquanto viver num país onde a liberdade se confunde com as maiores banalidades. Se confunde com a nossa própria liberdade. Ensinaram-me que a minha terminava precisamente onde a de outro começava. Mas não posso respeitar o que me ensinaram. Existem outros que me querem roubar a liberdade. A minha liberdade a existir confunde-se apenas com o que penso. O único lugar onde sei que sou livre. Fora dele até a banalidade do que acabei de escrever já não me assusta. Quando alguma vez conseguir escrever a palavra liberdade no seu verdadeiro sentido serei não um escritor mas um ser humano digno de viver com liberdade. Dai ser avesso a prémios mas entender e compreender as correntes na blogoesfera. Nada contra. Mas esta por mim termina aqui. Porque não sei ir mais além. Apenas esta minha incapacidade de ir para além do que aqui vou soltando. Coisas que até a mim me soam a uivos de animal acossado. Mas agradeço a intenção.