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PROSAS VADIAS

PROSAS VADIAS

24.Jul.09

Para a História do Turismo Balnear

 

Em homenagem às experiencias nucleares americanas no Pacífico, Louis Reard inventa e baptiza o seu modelo de fato de banho como bikini. Prevendo o mesmo efeito no seio da sociedade de meados dos anos 40 que as explosões atómicas uma das frases publicitárias que acompanham o  lançamento referem o "Bikini como a primeira bomba an-atómica". Apresentado, com pompa e circunstância, numa das mais célebres piscinas de Paris, a Molitor, por uma dançarina do Casino de Paris, face à recusa das modelos da época em envergarem o novo modelo de fato de banho o bikini causa na realidade múltiplas explosões nucleares com as interdições por ofensa à moral e aos costumes a não se fazerem esperar, tendo sido interdito o seu uso em nas praias da Europa.

Enquanto as feministas olhavam o modelo como uma forma de transformar a mulher num objecto de desejo, os comunistas franceses olham para o bikini como uma marca da burguesia , a caricata reação do Vaticano surge no seu órgão oficial, o Osservatore Romano, que afirma que os Quatro Cavaleiros do Apocalipse surgiriam sem dúvida alguma envergando bikinis. Em Espanha contudo o seu uso  é permitido a partir de 1952. O decreto de Pedro Zaragoza, Alcaide da Câmara de Benidorm, em conjunto com os esforços do Arcipreste de Marbella, Rodrigo BocaNegra, que intercede junto de Franco para a sua autorização, que apresentam como razão principal a captação do turismo internacional para o litoral espanhol surtem o efeito desejado. Em Portugal, tirando umas quantas refugiadas de guerra e algumas raras excepções entre as mulheres portuguesas o uso da bombástica peça do vestuário balnear apenas se generaliza após 1974. Passados 62 anos sobre este facto já ninguém se lembra da bomba que foi o surgir do bikini na Europa dos anos Quarenta.